tag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post3335605945107608363..comments2023-03-02T01:34:09.866-08:00Comments on ATALANTE: Debatendo Dona Sônia Pediu uma Arma para seu Vizinho AlcidesAtalantehttp://www.blogger.com/profile/15271223739636419805noreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-66956134823456862222013-11-26T14:54:31.279-08:002013-11-26T14:54:31.279-08:00Fico feliz com os ótimos comentários, com certeza ...Fico feliz com os ótimos comentários, com certeza vão agregar muito na reescrita do texto, muito obrigada =*Aline Vazhttps://www.blogger.com/profile/07197447375053143346noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-38287814122973533572013-11-26T06:30:51.097-08:002013-11-26T06:30:51.097-08:00Ou seja: não existe regra pronta e cada texto é um...Ou seja: não existe regra pronta e cada texto é um texto.<br /><br />MiguelAtalantehttps://www.blogger.com/profile/15271223739636419805noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-25389662534834530322013-11-26T05:47:59.322-08:002013-11-26T05:47:59.322-08:00É por aí sim. É importante estabelecermos sempre u...É por aí sim. É importante estabelecermos sempre um diálogo pendular entre a interpretação do filme e o que o filme nos dá. Não devemos perdê-lo nunca de vista e apesar de ser absolutamente favorável à superinterpretação (não que seja esse o caso, é só um exemplo) não devemos fugir do horizonte que o filme oferece (o que já é muito amplo).Atalantehttps://www.blogger.com/profile/15271223739636419805noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-71736546139649164362013-11-25T15:08:05.802-08:002013-11-25T15:08:05.802-08:00Bom questionamento, seria interessante falar do af...Bom questionamento, seria interessante falar do afastamento/ aproximação da câmera, como no ínicio em que a câmera está distante de dona Sonia (a história é contada) e depois nos aproximamos do seu rosto cansado e sofrido e reconhecemos a história que ouvimos? É por aí?<br />Obrigada :)Aline Vazhttps://www.blogger.com/profile/07197447375053143346noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-15475150935775926732013-11-24T05:51:25.453-08:002013-11-24T05:51:25.453-08:00Uma questão preliminar sobre o texto da Aline: &qu...Uma questão preliminar sobre o texto da Aline: "Gabriel Martins usa o movimento da câmera para se relacionar com o mundo, focando a câmera para a sua criação." Como e onde?<br />Atalantehttps://www.blogger.com/profile/15271223739636419805noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-11828980608647564872013-11-20T15:34:39.810-08:002013-11-20T15:34:39.810-08:00Aqui está meu texto sobre Dona Sônia... Se detonar...Aqui está meu texto sobre Dona Sônia... Se detonarem vou ser obrigada a mentir que estava muito bêbada e que não me lembro dessa postagem ;) <br />Bjos. <br /> <br />ISSO NÃO É UMA MANCHETE DE JORNAL<br /> “Dona Sônia Pediu uma Arma para seu Vizinho Alcides” não é uma manchete, mas poderia ser, não é a toa que vários roteiros se inspiram em noticias que passam rapidamente ao olhar do leitor que consome sangue nas páginas de jornais, considerando esses eventos distantes de suas vidas, como vemos na cena em que o estranho da classe média entra na cozinha de dona Sonia. Em uma sociedade prisioneira do medo, um jovem assassinado durante a noite não é motivo para reflexão, é motivo para a afirmação do “óbvio”: não é certo sair à noite, se estava fora de casa é porque fazia coisa errada. Gabriel Martins usa o movimento da câmera para se relacionar com o mundo, focando a câmera para a sua criação.<br /> Uma mãe com sede de vingança é a escolha do cineasta para a sua representação do caos natural do mundo enquadrado na cozinha da dona Sônia, bagunçada por louças quebradas pelo chão e plantas pelas paredes, que certamente crescem com o desejo de vingança da protagonista. A reação de dona Sônia quebra a rotina do sofrer calado. Daí em diante o que poderia ter sido uma nota despercebida de qualquer noticiário policial, torna-se arte pelo olhar da câmera de Gabriel Martins. <br /> Já sabemos que as imagens em movimento proporcionam ao cinema a oportunidade de contar as mesmas histórias de maneiras diferentes. Karim Aïnouz produziu dois filmes partindo da mesma notícia de jornal: o curta-metragem, Rifa-me e o longa mais conhecido, O Céu de Suely. A história de uma mãe que procura superar a perda de um filho assassinado, provavelmente, já foi contada muitas vezes, mas a dona Sônia habita uma tela, cujos enquadramentos lhe dão peculiaridades tão intimas fazendo com que apertemos o gatilho da arma junto com a mãe sem filho. <br /> A personagem dialoga conosco por meio de imagens, ela lava a louça suja, mas a água não consegue levar o sangue da tragédia, ela vê vídeos caseiros do filho e nos coloca no tempo anterior ao conflito responsável pelo desfecho. O discurso linguístico se torna desnecessário até o momento de libertação de dona Sônia em que cumpre seu destino escrito pela câmera. Livre do sentimento de vingança ela já não deve satisfações a nós, agora ela vai acertar as contas com Deus, cantando uma canção religiosa. Trata-se de um filme que não abafa os sussurros com gritos, ele não espetaculariza e sim expressa a dor. <br /> A mesa vazia com um vaso de flores já no inicio do filme dando a ideia de um altar pronto para receber o morto é cenário para que dona Sônia finalize seu plano de justiça, feito isso estamos prontos para deixar a história, com as saudades de cada plano que se foi... <br />Aline Vazhttps://www.blogger.com/profile/07197447375053143346noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-70352727485092583162013-11-20T15:32:40.445-08:002013-11-20T15:32:40.445-08:00Parabéns pelo texto Cristiane Senn, as referências...Parabéns pelo texto Cristiane Senn, as referências já ganharam o meu coração “amador”, gostei muito. E bem legal o seu projeto com as crianças, eu dou aula de língua portuguesa na Federação de Ginástica e desenvolvi a produção de um curta com as meninas desde o roteiro até a pós-produção, foi uma experiência encantadora ver o interesse delas como se estivessem descobrindo um mundo novo e realmente estavam :D Sucesso com as suas oficinas e criticas :) Aline Vazhttps://www.blogger.com/profile/07197447375053143346noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-10300971168329989902013-11-18T15:42:29.125-08:002013-11-18T15:42:29.125-08:00antes do de palma o fassbinder ja tinha dito (desc...antes do de palma o fassbinder ja tinha dito (descobri agora). de qualquer forma, qualquer um dos dois era exemplo melhor que o haneke. obrigada por comentar.tyger tygerhttps://www.blogger.com/profile/14931454784253744265noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-62008559353126259292013-11-18T09:40:50.002-08:002013-11-18T09:40:50.002-08:00Notas sobre o texto da Cristiane:
1 - Chega chegan...Notas sobre o texto da Cristiane:<br />1 - Chega chegando. Começa expondo um questionamento e conclui oferecendo uma resposta numa estrutura de moldura que parte do cinema para o filme e depois volta para o cinema. <br />2 - Se não me engano, quem falou primeiro que o cinema é a mentira a 24 quadros por segundo foi o Brian De Palma no "Uma viagem pelo cinema americano com Martin Scorsese: http://www.youtube.com/watch?v=8NnLOhyxFGY (10:37)<br />3 - Meu pontos prediletos: a) Gostei muito da entrada no filme a partir da citação da música; b) O texto integra muito bem a informação na análise; c) Concordo com o conflito entre universal e específico. Realmente o filme tira muito dessa relação; d) Excelente a associação entre a menina e o espectador e entre o vinil e o cinema.<br />Grande prosa e grandes idéias :D<br /><br />Miguel Haoni<br />Atalantehttps://www.blogger.com/profile/15271223739636419805noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-11040744682347831922013-11-18T05:10:06.803-08:002013-11-18T05:10:06.803-08:00[parte 2/2]
A construção do horror no filme se co...[parte 2/2]<br /><br />A construção do horror no filme se completa no âmbito da superfície das imagens, com a “sujeira” da imagem digital atuando como textura do assustador – notadamente no momento em que a mãe chega em casa sem o primeiro braço. A isso somam-se imagens icônicas como as bonecas sem cabeça, os espinhos no muro do lado de fora da casa, a expressão dúbia no rosto da criança durante o funeral. O perigo é constante, está fora e dentro de casa, e fora e dentro das pessoas. Mas ao final, depois do ataque das luvas, não há a morte (sugerida pela ausência de imagem e presença do som), mas uma continuidade que é própria do cinema: a filha “cresceu, se apaixonou, teve filhos, e para eles deu todos os seus medos e mais profundas aflições”. O envolvimento do cinéfilo com o cinema é similar a este processo do crescimento, da perda da inocência: é ir onde não deveríamos ir, ver as imagens proibidas, desejar a morte, a violência e as transformações mais traumáticas. A menina, como o espectador, é curiosa sobre a ‘aparência alterada de uma mulher’, seja a mulher maquiada, seja a mulher amputada. É curiosa com o aparelho analógico, ainda que seu universo esteja no âmbito do digital. Ela está deliberadamente entregue aos perigos e consequências irremediáveis que este mecanismo sombrio e encantador pode lhe trazer. A relação da menina com o vinil é nossa relação com este primeiro cinema (o da película, ou o primeiro cinema de nossas vidas). A imagem do disco verde em movimento é sempre acompanhada dos grãos de película gasta.<br /><br />Assistindo a ‘Vinil verde’, somos deslocados ao que existe de mais elementar no cinema: as imagens em movimento, o poder da sugestão pelo som ou pela negação das imagens, o poder do mistério, a construção do impossível (luvas que voam), e perpetuação das histórias do mundo (própria da fábula), adaptadas aos contextos mais diversos. (Este é o motivo pelo qual, inicio oficinas de cinema para crianças com a exibição deste filme). Em ‘Carmen’, Godard nos diz que não importa o que ou quando, mas os clássicos sempre funcionam. Isso porque contar histórias é só uma desculpa para que todo nós, realizadores, críticos, cinéfilos ou espectadores casuais, nos envolvamos com o mistério que ronda o mecanismo destas imagens e sons em movimento.<br /><br /><br />Cristiane Senn<br />nov/2013<br />tyger tygerhttps://www.blogger.com/profile/14931454784253744265noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-89979945347692892462013-11-18T05:09:34.283-08:002013-11-18T05:09:34.283-08:00Vou fugir do assunto aqui e postar o texto do Vini...Vou fugir do assunto aqui e postar o texto do Vinil Verde que não rolou ler na oficina. Agradeço comments. E aguardo os do Dona Sônia.<br />-----<br />Entre os filmes que amamos e os que detestamos, passando por aqueles que simplesmente sabemos que são bons filmes, estão as mais diversas e aceitáveis (ou não) definições do que é o cinema.<br /><br />O cinema: arte reflexiva das imagens (e sons) do mundo, reais ou inventadas –inventadas a partir da realidade, ou realizadas a partir do imaginário. Ainda: o cinema é a verdade (Godard), ou a mentira (Haneke), a 24 quadros por segundo. Ou é simplesmente uma sucessão de imagens criando uma ilusão de movimento (Lumière). O cinema é, inclusive, qualquer coisa entre o real o e imaginário (Méliès), a 24, 30, 60 ou 3 quadros por segundo (Godard, Marker). O cinema é este movimento de coisas do mundo. Fantasia, contos de outros cantos - como canta Silvério Pessoa em ‘Vinil verde’, de Kleber Mendonça Filho (2004).<br /><br />Trata-se um filme que fala, acima de tudo, de cinema. Não nos esqueçamos de que este é um filme feito por um crítico, trabalho que precede o de cineasta na vida do realizador. É tarefa árdua falar de filmes de um crítico, cujo trabalho por vezes se confunde, ou se completa. O que diferencia uma coisa da outra é a definição básica do gesto, mas sua visão de mundo (e de cinema) estará impregnada em qualquer manifestação de sua expressão. <br /><br />(Mas também, esqueçamo-nos de que este é um filme feito por um crítico, e pensemos em ‘Vinil verde’ como um bom filme de um bom realizador. O bom cineasta não deixará de colocar o cinema acima de tudo. O bom filme pensa o cinema o tempo inteiro).<br /><br />‘Vinil verde’ é uma obra construída a partir de conflitos: é uma adaptação de uma fábula russa que, sem abandonar o caráter intrínseco de fantasia, se desenrola num universo bastante real e específico: uma casa de classe média no bairro de Casa amarela, no Recife. O tratamento das imagens fotográficas, próximos a algo que estamos acostumados a chamar de “amador”, reforça o caráter de realidade, ao mesmo tempo em que permite que a personagem apareça ‘faltando um braço’. A isso se soma a narração que nos coloca no universo da recepção da tradição oral, das histórias que ultrapassam gerações, e cuja chave de interpretação não é a da veracidade ou possibilidade dos fatos. No nível narrativo, as contraposições encontram-se no atrito constante entre doçura e crueldade, infância e vida adulta, segurança e violência, norma e transgressão. <br /><br />A escolha por fotografias faz parte de um jogo complexo de completar, ou aceitar, as lacunas. É uma espécie de sinédoque, em que o fragmento dá conta do todo, pois completamos os fotogramas faltantes para chegar aos 24 quadros por segundo, aceitamos o sumiço das partes do corpo, especulamos sobre como a mãe chegou pela ultima vez à grade, imaginamos quem organizou o funeral, nos indagamos porque a filha foi dormir sozinha no apartamento. E nesse jogo, voltamos aos truques tecnológicos de Méliès, ou ainda, às experiências de Muybridge para saber se o cavalo tirava as quatro patas do chão ao mesmo tempo. A imagem de um passo depois do outro nos revela o mecanismo do movimento dos seres do mundo. Kleber soma a isso dois elementos imprescindíveis: a fusão, que costura uma imagem à outra, e o trabalho de som, bastante evidente e fora dos padrões do cinema em geral. As fusões emulam não só os movimentos dos personagens e objetos, mas movimentos de câmera e de lentes, como o zoom no rosto da filha quando é apresentada ao disco verde.<br /><br />[parte 1/2]tyger tygerhttps://www.blogger.com/profile/14931454784253744265noreply@blogger.com