tag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post4286039147002459919..comments2023-03-02T01:34:09.866-08:00Comments on ATALANTE: Triste estrada, paisagem sentimental Atalantehttp://www.blogger.com/profile/15271223739636419805noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-5328428066257472147.post-73431299373115497732014-02-11T04:57:21.315-08:002014-02-11T04:57:21.315-08:00Vincent Gallo, 07 de fevereiro de 2014, por Vera L...Vincent Gallo, 07 de fevereiro de 2014, por Vera Lúcia de Oliveira e Silva<br /><br /><br />Busco a arte para me comover: sinto prazer nessa comoção que agita o córtex cerebral sem excluir as outras vísceras. É a minha moda de escapar um pouquinho do tédio que me produz a banalidade do quotidiano.<br /><br />São diversas as vias pelas quais transita essa comoção: a via intelectual, a estética, a emocional, a ética – além de outras que não sei nomear. Mas uma coisa é certa: o estímulo, para mim, sempre tem algo de metáfora da experiência inconsciente.<br /><br />Mesmo sem acreditar na ex-istência de um inconsciente coletivo autônomo – uma fonte transcendental da qual todos beberíamos – a clínica me demonstra que há, no inconsciente de cada um, experiências singulares, individualmente marcadas na história particular, que compartilham uma certa universalidade. Ou seja, podem ser reconhecidas entre pares, embora tão ímpares e até mesmo díspares.<br /><br />O filme de Vincent Gallo – Brown Bunny – me afeta por aí: me comove.<br /><br />Ele me demonstra, na sua seqüência e temporalidade arrastada, os possíveis efeitos devastadores da cena primária: a mãe estuprada, se não é, poderia ser um arquétipo junguiano, diante do qual o sujeito se imobiliza, paralisado pelo impacto do encontro com o Real.<br /><br />Da cena traumática o sujeito “sai” – assim, entre aspas, porque a verdade é que, aparentemente, ele já não pode mais sair e se condena a repetir seu fantasma indefinidamente – reduzido à impotência.<br /><br />E pouco importa se Daisy morreu de verdade ou se anda por aí desfolhando suas pétalas: a cena fantasmática tem vida própria e lhe é indiferente a realidade objetiva.<br /><br />Quanto à associação deste filme, na exibição desta semana, com o curta “Honey Bunny”, não poderia ter sido mais acertada. O fulcro pulsional onde se apóia “Brown Bunny” – a pulsão escópica – apresenta-se em cheio na vitrine de objetos eróticos de “Honey”.<br /><br />Bem à moda do inconsciente, um inocente coelhinho de pelúcia sugere que a ligação do curta metragem deva ser feita com o coelho de verdade que, no segundo filme, os pais de Daisy ainda conservam. Só para esconder o que realmente se passa por baixo (ou por trás) do pano.<br /><br /> http://www.eca.usp.br/caligrama/n_10/02_hassan.pdfAtalantehttps://www.blogger.com/profile/15271223739636419805noreply@blogger.com