O
Clube do Filme continua em atividade, mesmo durante a epidemia, em
formato virtual. A cada mês nos reunimos para a discussão de um filme e
textos relacionados, sempre gratuitamente.
Em 2022 iremos explorar a filmografia do cineasta francês Éric Rohmer (1920-2010)!
Em abril, seguimos com o ciclo das Quatro Estações com "Conto de Inverno" (Conte d'hiver, 1992), excepcionalmente na terça-feira, dia 26.
É tão estranho que este século, que tanto respeita os
monumentos do passado, que tão habilmente os restaura e os conserva, tenha
criado a forma de arte mais perecível de todas. Circulam-se notícias
alarmantes, eu sei, sobre os negativos perdidos ou propositalmente destruídos.
Acalmem-se: as grandes obras-primas do cinema mudo ainda estão por aí, bem
conservadas, em suas latas; os museus, as cinematecas que são incumbidas de
cuidar delas. A era dos revendedores acabou. Chega de iconoclastas a temer. A atual
“base” da emulsão, filha deste “celuloide” cuja fragilidade antes temíamos,
orgulha-se de resistir à corrosão do tempo mais do que o mais duro mármore de
Paros. A mais nobre das pedras, pois, é um material imputrescível? Ou tão bem
protegido de desastres? O que resta da escultura grega do século V? Pouca
coisa. E da pintura? Nada. As tonalidades das pinturas impressionistas já estão
gastas, e não há artifício químico que as devolva sua transparência de antes.
Se, por algum cataclismo, nossa civilização inteira desaparecer, seria adorável
pensar que um filme cuidadosamente enterrado será, para as eras seguintes, o
mais fiel testemunho.
- Éric Rohmer, em “O Celuloide e o Mármore”, um dos textos indicados para
leitura neste mês.
O filme está disponível aqui. Qualquer problema, fale conosco.
Textos indicados para leitura:
A) "A terra do milagre", crítica de Éric Rohmer para "Viagem à Itália" de Rossellini, disponível aqui;
B)
A parte 1 de "O Celulóide e o Mármore", de Éric Rohmer, disponível na íntegra aqui.
C) Extra: crítica de Éric Rohmer para "Viagem à Itália" de Rossellini, disponível aqui [em inglês].
Como
de costume, nosso propósito no Clube do Filme é discutir obras e textos
com um pouco mais de tempo que nos debates após as sessões do
cineclube, logo, o filme não será exibido na data. Recomendamos que o
filme já tenha sido visto e também a leitura dos textos, porém isso não é
exigido para participação. Devido ao formato virtual, não poderemos
exibir com qualidade trechos do filme e de outros trabalhos, mas
acreditamos ser importante retomarmos as atividades possíveis durante a
pandemia. O ingresso, como sempre, é gratuito.
Serviço:
Coordenação e mediação: Giovanni Comodo
Nenhum comentário:
Postar um comentário