sexta-feira, 22 de junho de 2012

Coletivo Atalante e Bicicletaria Cultural apresentam: Episódio de "Família Soprano"


Um dos slogans que atestam o nível de qualidade da HBO é “It's not TV. It's HBO”. Família Soprano (1999 – 2007) é um dos melhores exemplos desse alto padrão. A série criada por David Chase no final do século passado renova e consagra um dos nichos mais explorados pelo audiovisual norte-americano, o gênero de máfia. Um dos diferenciais da série é a humanização dos personagens, a exposição das várias facetas de suas vidas e o detalhamento do cotidiano de um mafioso.
            Neste episódio escolhido pelo Coletivo Atalante, o protagonista Tony Soprano (James Gandolfini) passa por um dilema típico da classe média: a escolha da universidade pela sua filha. Essa ação principal é intercalada com outros desdobramentos narrativos, como o acerto de contas da máfia com um dedo-duro e a relação conturbada entre a esposa de Tony (Carmela) e o Padre Phil. O episódio Universidade (College) é o quinto da primeira temporada da série, mas possui um grau de funcionalidade narrativo tanto para o espectador mais expert em The Sopranos, quanto para alguém que está assistindo pela primeira vez. Eis um dos diferenciais da série, cada episódio possui um tratamento que o torna uma espécie de bloco isolado do restante da história, permitindo explorar nuances e desdobramentos que se encerram com o decorrer das ações.

Lucas Murari
(Atalante, 2012)
 
Serviço:
Dia 26 de junho (terça)
às 19h30
Na Bicicletaria Cultural
(Rua Pres. Faria, 226 – Subsolo, Centro – Ao lado da UFPR – Pç. Santos Andrade)
ENTRADA FRANCA
 
Realização: Coletivo Atalante e Bicicletaria Cultural  
Apoio: Cinemateca de Curitiba e DVD10 Videolocadora 
 
Programações futuras do Atalante: 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Leitura e Prosa dia 30/06 no DCE-UFPR

No próximo sábado dia 30 acontecerá, no DCE da UFPR, o sarau “Leitura e Prosa”. Será o sexto sarau organizado pelo coletivo Atalante, e em comemoração a esses seis meses nesta próxima edição, além de poesia e discussão, terá também a participação de músicos convidados (Joaquim Lima e Luis Felipe Vale) e projeções de Leonardo Lotowski.
O sarau, que é realizado todo último sábado do mês, vinha sendo feito desde dezembro de 2011 em casa de integrantes ou amigos do coletivo Atalante, e a partir de março desse ano conquistou o espaço do DCE – UFPR, onde se ancorou e pretende ficar. O público consiste em interessados, estudantes, “amantes” de literatura, e também autores curitibanos, conhecidos ou não, que buscam espaço para mostrar suas criações e, porque não, ouvir críticas, debater e conversar sobre suas obras. Em ambiente amigável, as discussões (embaladas pelo vinho) geralmente são empolgantes e vão desde a estética barroca a pichação nos muros da cidade, são lidos os mais diversos autores como: Augusto dos Anjos, William Blake, Walt Whitman, Fernando Pessoa, Saramago, Eliot, e dessa miscelânea nasce brilhantes ideias sincréticas, mestiças, antropofágicas.
O coletivo Atalante surgiu da união de pessoas de diversas áreas, mas com um interesse em comum: disseminar o pensamento artístico através de um novo modelo de educação, tirar esse conhecimento da academia e coloca-lo na rua, na cabeça e na boca das pessoas, em vez de ensinar arte, debater e construir juntos um conhecimento. O coletivo trabalha em diversas “frentes” realizando propostas de cinema, arquitetura, musica e literatura. Sua premissa maior é que o conhecimento precisa ser compartilhado, por isso propõe espaços não oficiais de ensino onde todos podem discutir igualmente, sem uma hierarquia a ser respeitada. 

Se você gostou da proposta, apareça e traga a sua leitura favorita para compartilhá-la conosco, todas as vozes precisam ser ouvidas. Lembramos também que não são vendidas bebidas no local, por isso traga a sua de casa.
Mais informações no evento do facebook.
Caetano Pires – Coletivo Atalante

Serviço:
Sarau “Leitura e Prosa” 
Dia 30 de junho inicio as 19 hrs
Entrada Franca
DCE UFPR
R. General Carneiro, 390 - Centro

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Coletivo Atalante e Bicicletaria Cultural apresentam: Episódios de "The Office"


Tendo como cenário o escritório de uma empresa fornecedora de papéis, a Dunder Mifflin, a série The Office se baseia no humor para descrever o cotidiano do mundo dos escritórios. Steve Carell atua no papel do entusiasmado gerente regional Michael Scott, cujas tentativas de ser engraçado guiam o enredo das temporadas. A série é filmada com apenas uma câmera trazendo a estética do documentário para dentro de séries comerciais.
Serão exibidos dois episódios da versão americana da série, Sexual Harassment e Christmas Party, ambos pertencentes a segunda temporada.

Adara Garbuglio
(Atalante, 2012)
 
Serviço:
Dia 19 de junho (terça)
às 19h30
Na Bicicletaria Cultural
(Rua Pres. Faria, 226 – Subsolo, Centro – Ao lado da UFPR – Pç. Santos Andrade)
ENTRADA FRANCA
 
Realização: Coletivo Atalante e Bicicletaria Cultural  
Apoio: Cinemateca de Curitiba e DVD10 Videolocadora 
 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Glauber Rocha – Programa Abertura


"A gente tem realmente de assumir a sua própria proporção dentro do espaço cultura”

            Glauber Rocha é mais conhecido pelos seus filmes, além de suas polêmicas, é claro. No entanto o artista baiano também possui realizações como jornalista e escritor. Ele iniciou sua carreira como crítico de cinema, em um jornal da Bahia. Teve participações esporádicas por alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como Pasquim, Correio Brasiliense, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil. Publicou ao menos três livros importantíssimos para se compreender o fenômeno da 7ª arte no Brasil e no mundo, são eles: Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, Revolução do Cinema Novo e O Século no Cinema.  

            Uma das últimas participações de Glauber na grande imprensa foram suas participações no Programa Abertura, vinculados domingo à noite na extinta TV Tupi. Ele possuía um quadro semanal dentro do programa, e participou entre fevereiro e outubro de 1979. O Brasil passava por um momento de abertura política, como o próprio nome sugere. Alguns dos principais pensadores do Brasil voltavam do exílio e começavam a refletir sobre o processo de transição e integração política. A vinheta inicial é um bom exemplo desse recorte multifacetado: imagens de presidentes (indo de Getúlio Vargas a Ernesto Geisel) são sucedidas por fotogramas de Chico Buarque, Ulisses Guimarães, Adolpho Block Darcy Ribeiro, Jorge Amado, Pelé, Nelson Rodrigues, entre outros importantes formadores de opinião. 

            Vale ressaltar que as intervenções de Glauber era apenas um quadro dentro do Abertura e que este era uma espécie de painel político semanal. Exibido no final do regime militar, o programa foi visado por muitas personalidades influentes que queriam falar, discutir, desabafar, enfim – se expressar - depois de uma década de repreensão e censura. A proposta do programa era pioneira em âmbito nacional e o seu grande mote era o processo de redemocratização.

            Glauber criava seus quadros em cima de uma estrutura caótica, anárquica, improvisada, quase que numa performance já típica de seu autor. A fase final de sua filmografia é marcada pelo caráter épico de suas narrativas, e sua intervenção televisiva não deixa de ter traços caricatos e grandiloquentes. O autor de “Terra em Transe” realiza reflexões críticas sobre questões políticas, culturais, além da própria política cultural do conturbado período. Claro que o assunto principal era o próprio Cinema Brasileiro que, para ele, é “a consciência nacional e a mais importante das artes”. Glauber problematiza sobre o imperialismo cultural americano e de como isso nos torna uma colônia da ideologia ianque, para tal, utiliza exemplos de Super-homem a Carmem Miranda.  Outro elemento recorrente são entrevistas e participações do público. Nessas abordagens, Glauber vai ao bairro de Botafogo entrevistar um vendedor de Jogo do Bicho – Brizola (nome sugestivo) – e o indaga sobre aspectos do momento.  Severino, outro personagem representante do povo serve de alavanca para o interlocutor discorrer sobre uma diversidade de assuntos: Teatro (José Celso Martinez Côrrea, Franco Zefirelli, Oduvaldo Viana Filho), Concine, Embrafilme, lançamento de livros, além é claro da abertura democrática que ainda demoraria alguns anos para acontecer.


Lucas Murari 
(Atalante, 12/06/2012)

terça-feira, 12 de junho de 2012

A vontade coletiva pela arte

Por Marcelo Leite em 12/06/2012
http://www.curitibacultura.com.br 

Sentados em uma mesa, no bar, no chão da sala, numa praça, em circulo. Olho por olho, ideias por ideias, pessoas por pessoas e uma conversa por uma conversa. Assim talvez tenham começado a maioria dos momentos importantes para muitos que mudaram a maneira de pensar e interfiriram na sociedade. Também para o Coletivo Atalante. Na verdade bem antes, em Belém do Pará, Miguel Raony, Cauby Monteiro e Murilo Monteiro já haviam começado um movimento de cineclubes na Universidade Federal do Pará, que se espalhou pela cidade e levou exibições a outras localidades e aldeias indígenas no estado.
“Começou-se a discutir cinema de uma forma mais intensa e haver uma certa contaminação na cidade. Por exemplo, hoje, tem cinema de graça e de qualidade de domingo a domingo. Era necessário haver uma proposta de desconstrução da educação que havia até então em relação ao audiovisual, que, afinal de contas é nenhuma, entre aspas”, explicou Murilo.
Agora os três estão em Curitiba, atuando pelo Coletivo Atalante em um grupo do qual faz parte a estudante de arquitetura Nara Massena: “Cada um que faz parte do Atalante hoje, na verdade se uniu por um anseio individual de realizar projetos e que encontrou dentro do coletivo uma maneira de realizá-los. Em cima disso nós desenvolvemos uma identidade, que no final é de todos". Nara entrou para o coletivo por convite de Murilo. Além das discussões, prepara o primeiro trabalho autoral do Coletivo, um documentário com foco nos arquitetos da cidade.
A primeira intervenção do Atalante na cidade foi o sarau Leitura e Prosa, com cinco edições, três delas na casa de amigos e duas no Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Paraná. “Quando a gente chegou aqui já estávamos amadurecendo a ideia de fazer um sarau havia um tempo, que acabou não acontecendo antes talvez por displicência nossa. Fomos amadurecendo a ideia, pensamos possibilidades, tivemos alguns contrários na maneira de materializar. Nós estávamos amadurecendo aquilo que se tornou o Leitura e Prosa, que é um sarau de literatura, em que se reúne pessoas para ler textos literários e há uma conversa a respeito de nossas impressões. É um encontro informal, não tem nenhuma pessoa ali que domine o negócio, que vá dar uma aula às pessoas.”
Sentados na mesa do bar, escutei cada um dos integrantes do grupo me descrevendo o quão envolvente foram os dois Leitura e Prosa no DCE da UFPR, com discussões prolongadas em cada leitura e boas surpresas com autores desconhecidos. O próximo já tem até data marcada, apesar da incerteza de ser no DCE por conta da greve na UFPR. Será no dia 30 deste mês, ainda sem local confirmado, mas com participação de músicos e perfomances já certas.
Agora a discussão é Televisão levada a sério. A segunda edição do segundo ciclo de discussões sobre audiovisual, que acontece durantes as terças-feiras do mês de junho na Bicicletaria Cultural, exibe hoje Intervenções de Glauber Rocha no programa Abertura. Participei do primeiro, estou curioso pelo segundo e lamentando ter perdido o (trans) cinema Diálogos entre Cinema, Artes e Humanidade, que aconteceu em maio no Espaço de Arte.
Perguntei sobre a possibilidade do grupo fazer intervenções artísticas, já que as primeiras ações foram mais para expor trabalhos artísticos de terceiros e discutir. Estela Basso, estudante de Direito, explicou “que na verdade nós estamos avaliando o terreno, começando as atividades, conhecendo quem é o público e maneira de ocupar os espaços. Nada impede que a gente como coletivo faça algum trabalho artístico". Cauby colocou ainda que “a própria questão de experimentar espaços é uma forma de interação. Acredito que a questão espacial seja importante e esse é um dos focos”, explorar diferentes espaços em cada ação.
“O Atalante é um espaço, de pensamento e para colocar projetos em prática”, me interou Murilo. Assim como eu, que fui na terça-feira passada ver episódios das séries Além da Imaginação e Hitchcok Apresenta, todos os outros integrantes do grupo que não tinham envolvimento com cinema também foram ver e discutir pela primeira vez. Como um coletivo se colocando aberto a participar com o coletivo.
Assim, das ideias passa-se ao movimento e então as ações se realizam. “Eu acredito que quando o Atalante amadurecer nós vamos descobrir novas formas de relacionar este saber. Vai chegar um momento em que vamos perceber as possibilidades de trabalhar com as diferentes áreas. Por enquanto nós estamos dando sustância para a ideia inicial e caminhando para fazer algo mais unificado”, comentou Murilo. Eu penso comigo, vida longa ao Coletivo.

http://www.curitibacultura.com.br/noticias/entrevistas/a-vontade-coletiva-pela-arte

sábado, 9 de junho de 2012

Tevê também é arte

+ Debate

Tevê também é arte

Curitibanos debatem o que é bom na telinha
09.06.2012 | 00:42 | Fábio Cherubini, @FabioCherubini
Foto: Hugo Harada/GP
Galera do Coletivo Atalante reunida: em novo projeto eles demonstram que a tevê pode ser levada a sério
Galera do Coletivo Atalante reunida: em novo projeto eles demonstram que a tevê pode ser levada a sério
Responda rápido: há bons programas nos canais de tevê brasileiros? E quando você está zapeando com o controle remoto, sente que a variedade deles é grande ou pequena? Para os artistas e estudantes ligados ao Coletivo Atalante, de Curitiba, exemplos de produções de qualidade é o que não faltam, sobretudo no campo da ficção,
E quando os canais dão uma bola dentro, o nível dos programas pode chegar ao status de arte. Para comprovar essa tese por A + B, o coletivo realizará toda terça-feira do mês de junho o encontro “A Televisão Levada a Sério”, sempre às 19 horas, na Bicicletaria Cultural. Nos eventos, que são gratuitos e abertos para quem quiser ver – e debater –, os participantes assistirão a alguns exemplos dessa “televisão arte” e conversarão sobre o fazer televisivo nos tempos da internet.
“Apesar de existirem poucas tentativas de ruptura com a programação convencional, é possível encontrar exemplos de experimentação na linguagem televisiva, principalmente na teledramaturgia norte-americana e na tevê europeia”, diz o estudante de Cinema e Vídeo da Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e organizador dos encontrosMiguel Haoni, de 28 anos. Ele foi um dos responsáveis por escolher a programação do evento, que apresentará episódios de séries como Além da Imaginação e capítulos dos enlatados The Office e Família Soprano – veja todas as atrações abaixo.
Para Miguel, apesar das tentativas de se romper com o tradicionalismo na televisão brasileira, a programação nacional está ousando menos do que poderia. “Nos anos 1980, existia a TV Pirata e a teledramaturgia de Dias Gomes – criador da novela Roque Santeiro –, só que agora vejo um maior acanhamento na tevê brasileira. Há muita autocensura, embora existam programas como o Pânico na TV, que tem um humor escrachado e usa a linguagem e a estética dos vídeos da internet”, avalia.
Faltam opções
O diretor-geral da UFPR TV, Carlos Rocha, professor e pesquisador da área, considera que a tevê perdeu muito espaço para a web. E a razão para isso está na falta de diversidade de conteúdo nas grades televisivas. “Um exemplo disso é o YouTube. Por que ele faz tanto sucesso? Porque mesmo com filmagens de baixa qualidade, há opções do que assistir, diferente da tevê, que não nos dá essa possibilidade”, explica.
Para o professor, as emissoras ainda não perceberam essa exigência do público, principalmente quando se trata dos mais jovens, que estão acostumados a fuçar na internet e criar uma programação própria. “As redes de tevê ainda têm dificuldade em lidar com essa mudança. Tanto que quando elas criam as suas páginas na internet, apenas disponibilizam o conteúdo do dia ou o transmitem ao vivo. Mas elas não dão a possibilidade de o telespectador criar uma grade personalizada ou acessar o seu acervo”, analisa Rocha.
Ainda influente
Mesmo com a perda gradativa de audiência e tantos desafios pela frente, as emissoras de tevê ainda têm uma grande influência sobre a opinião pública. O pesquisador lembra que mais de 70% dos lares brasileiros têm um aparelho de tevê em casa, o que já dá uma ideia. E além disso, é comum ainda ver alguma atração televisiva entre os assuntos mais comentados do Twitter, ou mesmo o quanto as séries de ficção conquistam novos fãs. O que por si só já comprova que existe interesse, sim, independente de qual geração é o telespectador.
* * * * *
Programação
Interessado em participar dos encontros? Saiba quais serão as próximas atrações
12/06
Glauber Rocha e o programa Abertura
19/06
Episódios da série The Office
26/06
Episódios da série Família Soprano
Serviço
A Televisão Levada a Sério. Toda terça-feira de junho, às 19h30. Bicicletaria Cultural. R. Presidente Faria, 226, Centro. Entrada gratuita. Informações:http://coletivoatalante.blogspot.com.br.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Coletivo Atalante e Bicicletaria Cultural apresentam Intervenções de Glauber Rocha no Programa Abertura


O fim dos anos 1970 representou no Brasil um período de gradual abertura democrática no qual a ditadura militar, através da pressão de vários segmentos da sociedade e de dissidências dentro do poder, começava a afrouxar o seu laço autoritário que desde o "Golpe de 64 "sufocava as liberdades nos meios políticos, estudantis, artísticos e da comunicação.

Glauber Rocha, gênio das artes modernas e polemista nato, observava o fenômeno e defendia a necessidade de assimilar colaborativamente determinados elementos governistas na luta pela redemocratização, o que, obviamente, ofendia as pretensões revolucionárias das esquerdas radicais.
A suposta "traição" de Glauber atinge a contundência máxima, no instante em que o artista ingressa , junto com outros jovens profissionais e intelectuais, na equipe do revolucionário programa "Abertura" que discutia a política e a cultura brasileira na Rede Tupi de Televisão, em 1980.

Em seu espaço de crônica jornalística dentro do programa, Glauber soltava o verbo sobre tudo o que lhe incomodava no país que virou-lhe as costas naqueles últimos 10 anos mas ao qual era ligado por laços mais fortes que o amor. No estilo verborrágico do baiano, a história recente do Brasil é desfiada em transes repentistas e entrevistas disparadas contra elementos do chamado "povo brasileiro".

Traga as crianças pra sala, abra os olhos e ouvidos para um dos instantes máximos da história da telecomunicação nacional.

Miguel Haoni 
 
Serviço:
Dia 12 de junho (terça)
às 19h30
Na Bicicletaria Cultural
(Rua Pres. Faria, 226 – Subsolo, Centro – Ao lado da UFPR – Pç. Santos Andrade)
ENTRADA FRANCA
 
Realização: Coletivo Atalante e Bicicletaria Cultural  
Apoio: Cinemateca de Curitiba e DVD10 Videolocadora 
 
Programação completa da Mostra "A televisão levada a sério": 9706-8837
coletivoatalante@gmail.com
http://www.facebook.com/coletivoatalantepr

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Coletivo Atalante e Bicicletaria Cultural apresentam: Episódios de "Alfred Hitchcock Apresenta" e "Além da Imaginação"



Dentre as artes nascidas no século XX a televisão é uma das mais vilipendiadas. Por puro preconceito ela foi vista como uma forma reacionária e  alienante de comunicação. Por mais que existam casos que confirmem essa ideia, desde sua gênese obras de grande relevo artístico foram concebidas para o suporte televisivo.

Alfred Hitchcock Apresenta, produzida entre 1955 e 1962, foi crucial na elaboração de uma forma narrativa dentro da telinha. Seus episódios, muitos dirigidos pelo próprio mestre e por futuros diretores como Robert Altman, traziam histórias curtas mas com um potencial expressivo bem forte. Aqui, aliou-se a produção objetiva e industrial que a televisão demanda, com um texto sempre inteligente, entrelaçado por uma direção segura e primorosa. Além disso, as intervenções Hitchcockianas se tornam um show a parte.

Além da Imaginação pode ser considerada a grande herança dessa era de ouro da televisão. Seguia o molde de Hitchcock Apresenta, com episódios de duração curta, tramas diferentes a cada capítulo, sempre tratando de temas envoltos no sobrenatural, no inacreditável, no fantasioso. A narração sóbria, por vezes assustadora, de Rod Serling, era a voz do Destino nos episódios. Inescapável. A série criou fãs ardorosos, como David Lynch, Steven Spielberg e J.J. Abrams. Hoje é impossível pensar em um universo fantástico sem ser, mesmo que indiretamente, influenciado por ela.

Os episódios a serem exibidos, respectivamente Breakdown e Walking Distance, são paradigmas dentro das séries,  contém as suas convenções e suas transgressões. O primeiro, dirigido por Hitchcock, é uma experiência de transposição do seu estilo para um novo meio, um novo público. O segundo é um dos grandes momentos dessa arte, homenageado merecidamente por J.J. Abrams em Super 8. Trata do crescimento, do que não volta e das lembranças que nos acariciam ao mesmo tempo em que nos ferem.

A televisão, mostrou Hitchcock e Serling, mesmo engatinhando já dava passos largos. 


Cauby Monteiro


(Atalante, 2012)
 
Serviço:
Dia 05 de junho (terça)
às 19h30
Na Bicicletaria Cultural
(Rua Pres. Faria, 226 – Subsolo, Centro – Ao lado da UFPR – Pç. Santos Andrade)
ENTRADA FRANCA
 
Realização: Coletivo Atalante e Bicicletaria Cultural  
Apoio: Cinemateca de Curitiba e DVD10 Videolocadora 
 
Programação completa da Mostra "A televisão levada a sério": 9706-8837
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