Encerrando os minicursos de história do cinema de 2014, o Sesi oferece no dia 13 de dezembro (sábado) das 8 às 12 e das 14 às 18 horas, no Centro Cultural Sistema Fiep, minicurso sobre o Cinema de John Ford.
Ministrados pelo cineclubista Miguel Haoni, do Coletivo Atalante, os mini-cursos têm carga horária de 8 horas, inscrições gratuitas e vagas limitadas.
Ministrados pelo cineclubista Miguel Haoni, do Coletivo Atalante, os mini-cursos têm carga horária de 8 horas, inscrições gratuitas e vagas limitadas.
Fazendo westerns: o Cinema Clássico em John Ford
Ao mesmo tempo direto e carregado de subtextos, o cinema do americano John Ford é um monumento à complexidade das emoções, aos conflitos essenciais e, sobretudo, ao poder expressivo das imagens. A aparente simplicidade de suas narrativas e personagens esconde um dos mais fascinantes universos poéticos e a parcimônia do estilo é um convite permanente à descoberta do que de mais humano o cinema de gênero produziu.
Ao mesmo tempo direto e carregado de subtextos, o cinema do americano John Ford é um monumento à complexidade das emoções, aos conflitos essenciais e, sobretudo, ao poder expressivo das imagens. A aparente simplicidade de suas narrativas e personagens esconde um dos mais fascinantes universos poéticos e a parcimônia do estilo é um convite permanente à descoberta do que de mais humano o cinema de gênero produziu.
Aulas:
1 - O faroeste
2 - Dramas sociais
Referências:
1 - GARDNIER, Ruy; LEVIS, Leonardo; MESQUITA, Raphael (orgs.) John Ford. Rio de Janeiro: Blum Filmes, 2010.
2 - "Sete Mulheres". John Ford. 1966. EUA. cor. 86 min.
1 - GARDNIER, Ruy; LEVIS, Leonardo; MESQUITA, Raphael (orgs.) John Ford. Rio de Janeiro: Blum Filmes, 2010.
2 - "Sete Mulheres". John Ford. 1966. EUA. cor. 86 min.
Sobre o diretor:
JMS: A descoberta foi em 1965, na Suíça - eu não podia voltar à França, tinha sido condenado a um ano de cana -, na casa de um amigo matemático que trabalhava em Genebra. Estávamos lá para fazer a legendagem de Não reconciliados (1965). Num subúrbio distante, vimos Sangue de Heróis (Fort Apache, 1948) e foi uma revelação. Todo mundo dizia na época que o filme era admirável mas que infelizmente - leia Georges Sadoul - terminava em final feliz. E descobrimos que era ainda mais atroz que todo o resto do filme. Esse final feliz era uma conferência de imprensa de JohnWayne diante de uma parede em que havia afixado um quadro glorificando a batalha que vimos no filme. Os jornalistas perguntam a John Wayne se foi realmente assim, se Custer era tão grandioso quanto se dizia. É completamente correto que John Wayne não se vire como Chaplin em Monsieur Verdoux (1947) quando ouve o procurador dizer: "Senhoras e senhores, observem esse monstro." John Wayne se vira, observa o quadro atrás de si, hesita e depois se levanta para dizer: "Sim, foi exatamente assim." Ele leva todos até a porta e depois coloca o capacete exatamente como Custer fazia. Nesse momento, percebemos que Ford era totalmente diferente do que achávamos, e mais diferente ainda do que nos diziam. Mesmo John Wayne é incapaz de dizer que aquele quadro que eles têm diante dos olhos é uma falcatrua. Em seguida, descobrimos pouco depois um filme magnífico que se chama Terra bruta (Two Rode Together, 1961), o único filme jamais feito sobre uma situação de guerra civil. Em terceiro lugar, vimos um filme que, se eu fizesse uma cinemateca pessoal, guardaria com especial cuidado. Ele dura dez minutos, chama-se The Civil War e é umepisódio de A conquista do oeste (How the West Was Won, 1962).
Ford foi o único homem que fez filmes de guerra que não são ridículos como os de Lewis Milestone, Anthony Mann e sobretudo Kubrick. No fim de Sangue de Heróis, quando John Wayne observa pela janela a cavalaria, sentimos que eles estão partindo para o abatedouro. Não há qualquer cena de sadismo quando Ford filma a guerra, não há o menor traço de complacência. Nunca veremos um sujeito dilacerando o outro. Quando Ford se deixa fascinar pelo teatro militar, ele faz um balé, é completamente diferente. Não existe fascinação ideológica. O mesmo se dá com o linchamento no cinema de Ford. Com a exceção de Fúria (Fury, 1936), de Fritz Lang, todos os filmes sobre a prática do linchamento, como Consciências Mortas (The Ox-Bow Incident, 1943), de Wellman, são nojentos.
DH: Não é o medo da multidão, mas do extraordinário, do irracional, da centelha que põe fogo na pólvora. Apesar de tudo, para Ford, essas pessoas não são monstros. Não existe destino e haverá sempre alguém para fazer as coisas se mexerem. (...) No cinema de Ford não existe o menor traço de puritanismo, de farisaísmo. As pessoas de bem são capazes das maiores safadezas e os marginais são capazes do melhor.
JMS: Ford é o cineasta que tem o maior senso da demarcação social. Ela inclusive é mais clara do que em Brecht. Veja Sob as Ondas (Seas Beneath, 1931), existe uma armadura social extraordinária. se você viu os últimos filmes de Ford, você entendeu melhor o que aconteceu na Argélia e no domínio da colonização em geral do que nos filmes que são pretensamente sobre esse tema. nenhum homem tinha mais simpatia pelos índios do que Ford. Não se pode fazer um filme como Crepúsculo de uma raça(Cheyenne Autumn, 1964) sendo racista.
DH: O irracional que surge com os índios é o inassimilável.
Jean-Marie Straub & Danièle Huillet
Serviço:
dia 13 de dezembro (sábado)
das 8 às 12 e das 14 às 18 horasna Sala Multiartes do Sistema Fiep(Av. Cândido de Abreu, 200 - Centro Cívico - Curitiba/PR)
Inscrições gratuitas na hora e local do minicurso
dia 13 de dezembro (sábado)
das 8 às 12 e das 14 às 18 horasna Sala Multiartes do Sistema Fiep(Av. Cândido de Abreu, 200 - Centro Cívico - Curitiba/PR)
Inscrições gratuitas na hora e local do minicurso
(preenchidas por ordem de chegada)
VAGAS LIMITADAS
Realização: Sesi (http://www.sesipr.org.br/cult ura/)
Produção: Atalante (http://coletivoatalante. blogspot.com.br)
VAGAS LIMITADAS
Realização: Sesi (http://www.sesipr.org.br/cult
Produção: Atalante (http://coletivoatalante.
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