Neste sábado, 28 de julho de 2012, às 13:00, na Cinemateca de Curitiba (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco, Curitiba)
FILME DE AMOR
(2003, Brasil, 90 min, Ficção)
Direção de Julio Bressane
DVD
Entrada Franca
Cineasta de obra marcadamente autoral, Júlio Bressane é reconhecido internacionalmente como responsável por filmes de narrativa não convencional e de temática sofisticada. Filme de amor, vencedor dos prêmios de melhor filme, fotografia e trilha sonora no Festival de Brasília, em 2003, está perfeitamente inserido no diálogo promovido pelo diretor, ao longo de sua carreira de quase 30 longas-metragens, entre cinema e literatura. A ideia central, seja quando fala da História, de personagens notáveis ou do desejo — como é o caso deste filme —, é criar uma relação entre a palavra falada e a imagem, sem lançar mão de uma retórica reiterativa. Aqui, ele busca referências no mito das Três Graças (o amor, a beleza e o prazer) e na filosofia árabe para estabelecer esse laço.
Após a sessão teremos um debate sobre o filme mediado por
Miguel Haoni (Coletivo Atalante).
Miguel Haoni é cineclubista, ex-diretor da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema e coordenou os projetos "Cine Uepa", "Cinema na Casa", "Cine CCBEU", "Cineclube do Colégio Sucesso" e o projeto "INOVACINE-FAPESPA", além de participar dos projetos "Cine EGPA", "Sessão Maldita", "Cineclube da Aliança Francesa", "Coisas de Cinema" e "TV Clube" e escrever crítica de cinema para o Jornal Amazônia. Atualmente mora em Curitiba,e coordena o Coletivo Atalante com o qual organizou as mostras "(Trans)cinema: diálogos entre cinema, artes e outros saberes" e "A Televisão Levada a Sério". Atualmente produz o Cineclube SESI.
Lembrando que o cineclube da Cinemateca acontece todo último sábado do mês.
Sobre "Filme de Amor":
Julio Bressane concebe seus filmes como jogos. Jogos eróticos, engraçados e ameaçadores, em que os participantes tomam seus lugares sem saber como tudo terminará, mas disponíveis sempre a perder tudo.Em "Filme de Amor" (2003), uma de suas experiências mais misteriosas e sensoriais, o cineasta reencontra aquilo que para ele sempre foi o traço mais expressivo do jogo cinematográfico: a arte da mise-en-scène. Em composições hipnóticas, que emulam a iconografia religiosa (cristã e pagã), Bressane distribui suas peças (duas mulheres e um homem) em místicos tableux vivants, que passeiam vertiginosamente pela história da arte.
Estes atores entram no jogo com suas vozes sujas de uma teatralidade sardônica, que contrasta com seus corpos reais, objetos de uma exuberante e prosaica beleza.
A Beleza no prosaico, talvez seja a grande busca do filme como um todo. A música, o cenário e a fotografia, o tempo inteiro encontram a decrepitude no sublime e vice-versa. O mundo de fora e o mundo de dentro em permanente choque cósmico.
Para o espectador, resta perder-se ou encontrar-se nos estilhaços embriagados, assustadores, pornográficos de "Filme de Amor". Perder tudo para encontrar tudo.
Miguel Haoni
(Atalante, 2012)
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