Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Os idealizadores Paula (à esq.), Miguel e Ana Luiza: promoção de conhecimentoCuritiba ganha um novo cineclube
Com palestra e debate sobre o filme Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel, Sesi inicia hoje sessões que ocorrerão semanalmente
Publicado em 19/07/2012 | ISADORA RUPPCinéfilos
Saiba mais sobre outros cineclubes que estão em atividade em Curitiba:
Cineclube Espoleta
Iniciativa do cineasta Beto Carminatti junto com o Museu Guido Viaro. As sessões ocorrem sempre aos sábados, às 17h30. Na programação, entram clássicos como Hiroshima, Meu Amor (Alain Resnais). Depois das sessões é realizado um bate-papo com os presentes. Desde maio, o Espoleta começou um ciclo de exibição de filmes do diretor italiano Federico Fellini. Já foram exibidos títulos como Noites de Cabíria (1957) e 8 1/2 (1963). Neste sábado, La Nave Va (1983) é o filme escolhido. No próximo fim de semana (28), o ciclo fecha com Fred e Ginger (1986).
Museu Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348 – Centro), (41) 3018-6194. Sessões do cineclube sempre aos sábados, às 17h30. Entrada gratuita. Mais informações no sitewww.museuguidoviaro.blogspot.com.
Cineclube Contramão
Este ano, o cineclube já iniciou a sua sexta temporada de atividades, projeto do artista visual Tom Lisboa. Em cinco anos, foram exibidos 200 filmes – sendo que, entre as sessões mais movimentadas, estão a Trilogia do Silêncio, de Ingmar Bergman, composta pelos filmes Através de um Espelho (1961), Luz do Inverno (1975) e O Silêncio (1963). Neste mês e no próximo, o Contramão, que faz exibições duas vezes ao mês, sempre aos sábados, está dedicando a programação a filmes de ficção científica. No dia 28, o longa escolhido é Videodrome (1983), de David Cronenberg. Em agosto, ainda sem data definida, será a vez de Solaris (1972), de Andrei Tarkovski.
Cineclube Contramão
Espaço Cinevídeo (R. Padre Anchieta, 458 – Mercês), (41) 3223-4343. Sessões duas vezes por mês, aos sábados, às 18 horas. Entrada gratuita. Mais informações no grupo do Contramão no Facebook ou pelo e-mail tomlisboa@terra.com.br.
Serviço
Cineclube Sesi
Centro Cultural Sistema Fiep – Sala Multiartes (Av. Cândido de Abreu, 200 – Centro Cívico), 0800 6480088. Hoje, às 19 horas. Palestra e exibição do filme Um Cão Andaluz. Inscrições pelo site www.sesipr.org.br/cultura. Entrada gratuita.
Classificação indicativa: 14 anos.
“Perdemos o contato humano nesse universo hostil. Tornar o conhecimento meu, e não nosso, tem consequências terríveis. O que nos interessa é propor outra forma de apreensão, uma construção coletiva do saber”, diz Haoni, que já tem uma experiência cineclubista vasta. Ele comandava um cineclube em Belém do Pará (está na capital paranaense há apenas cinco meses), foi presidente da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema e integra o Coletivo Atalante, que faz trabalhos de arte-educação em Curitiba, além de ser acadêmico do curso de Cinema e Vídeo da Faculdade de Artes do Paraná (Fap).
O projeto é uma iniciativa integrada das áreas de Cultura e Educação do Sesi/PR, e terá parcerias com centros de língua da cidade, como o Instituto Cervantes, o primeiro nesta rodada de filmes (que estreia com a exibição de Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel, e a palestra Do Amor e da Morte: Buñuel e o Surrealismo). Inter Americano e Aliança Francesa são outras escolas convidadas – no mês que vem, o Cineclube Sesi fará um apanhado sobre a cinematografia francesa contemporânea.
O cineclube, entretanto, não é voltado apenas para estudantes das línguas, e qualquer pessoa da comunidade pode participar. Até o começo de agosto, pretende-se discutir com o público as várias fases de Buñuel, passando por produções realizadas pelo cineasta na França e no México. “Um professor das escolas parceiras sempre virá para debater os filmes, mas não será um ambiente de sala de aula”, salienta a gerência de educação do Sesi, Ana Luiza de Oliveira e Silva. A gerência de cultura da instituição, Paula França Tissot ressalta que parcerias com outros institutos de línguas estrangeiras, como o Goethe, serão firmadas ao longo do ano.
Escolhas
Para selecionar os filmes que farão parte do cineclube, Miguel Haoni tem como critério escolher títulos com o qual tenha uma “dívida.” “São filmes essenciais, fundamentais para mim, que têm um poder transformador. O fato de um cinéfilo estar envolvido nesse tipo de projeto sempre humaniza o trabalho, faz toda a diferença.” No total, 25 lugares estão disponíveis na sala, e é preciso realizar inscrição prévia pelo site para assistir aos filmes (veja serviço). Não inscritos também podem participar, e serão encaminhados para a sala por ordem de chegada. Todos os filmes têm legenda em português.
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