sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Cineclube Sesi apresenta: "Ciúme, o Inferno do Amor Possessivo" de Claude Chabrol



Sinopse:
 Paul e Nelly formam um casal jovem, bonito e cheio de vida. Até que o fantasma da traição cai como uma sombra sobre Paul, que passa a duvidar da esposa, sem saber se trata-se de paranóia ou realidade. 


Sobre o flme:
Com a radical academicização dos debates em torno do cinema, tendência manifesta na crítica dos últimos 40 anos, uma miríade de disciplinas compete para auxiliar as infinitas leituras possíveis de um filme: dos estudos culturais à teoria literária, da psicanálise à filosofia estruturalista. Muitos são os que, num exercício de legitimação, pretendem adequar a prática cinematográfica às nobres causas das reflexões profundas.
O Cinema, à revelia, permanece, porém uma questão de movimento e duração.
O fato de inúmeros cineastas e infinitos filmes trazerem questionamentos profundos sobre a condição humana, sob os prismas da História, da Psicologia e da Filosofia não impedem que na essência, a arte cinematográfica permaneça como a manipulação criativa das imagens audiovisuais. É na poiésis cinematográfica, no trabalho com a linguagem, nos enquadramentos, movimentos de câmera, decupagens e mise-em-scène, que reside o ethos do Cinema. É no tratamento estético das imagens que descobrimos o abismo entre Hitchcock e a Psicanálise, Glauber e a Ciência Política, Mizoguchi e a História, Rossellini e a Filosofia. 
O Cinema é antes de tudo Cinema. Ou pelo menos deveria ser.
Num contexto em que o debate sobre o específico fílmico é um dado irrelevante ou uma curiosidade do passado, ver e discutir um filme como este “Ciúme” de Claude Chabrol é um ato de resistência.
Contra a maré de cristais e rizomas, Chabrol nos oferece o filme como profissão de amor e fé: o amor de quem dormiu e acordou sobre os filmes de Hitchcock, e que, como os jovens pintores, estudou apaixonadamente a paleta dos mestres para refinar seu próprio estilo; e a fé no potencial de liberação criativa da linguagem clássica e seus efeitos.
“Ciúme” é um filme de cinema: tolo, vagabundo, comercial, desprezível em sua pobreza conceitual. Seu único mérito está na mise-en-scène, um detalhe invisível, mas cuja relevância não cabe nos livros, bancos de escola ou em nossa vã filosofia.

Miguel Haoni
(Cineclube Sesi, 2012)


Serviço:
dia30/08 (quinta)
às 19h30*
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep**
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA

*Exibição seguida de debate em português e francês.
** Sala com 25 lugares, sujeita à lotação.

Realização: Sesi
Parceria:Aliança Francesa
Apoio: Processo Multiartes


Mais informações no site do Sesi:
http://www.sesipr.org.br/cultura

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