terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cineclube Sesi apresenta: "O Anjo Azul" de Josef Von Sternberg

O Cineclube Sesi, apresenta nesta quinta-feira, dia  11, o filme "O Anjo Azul" de Josef Von Sternberg, dando continuidade ao ciclo Cinema de Vanguarda.
Em outubro, ainda veremos "O Sangue de um Poeta" de Jean Cocteau (18/10,) e "Limite" de Mario Peixoto (25/10).
Sempre com entrada franca!



"O Anjo Azul" (1930), de Josef Von Sternberg, foi considerado pela teórica Lotte Eisner, em seu canônico "A Tela Demoníaca", o último filme do Expressionismo alemão. Nele encontramos a miríade de motivos do estilo: o amor confundido com crueldade na chave decadentista romântica; as atuações arquetípicas ultra barrocas; os espaços de conflito na cenografia angulosa e nos contrastes simbólicos de luz e sombra; o fascínio pelos horrores da noite urbana; o erotismo mórbido da vamp, em vias de se tornar femme fatale.
Mais interessantes, porém, que as continuidades que o filme carrega da estética alemã (já defasada no período de sua produção), são as rupturas que tornam a obra única. Produto híbrido do cruzamento entre a UFA (Universum Film Aktien Gesellschaft) e a Paramount Pictures, o filme sintetiza perfeitamente o contato entre a estética germânica dos anos 20 e a poética hollywoodiana. A própria banda sonora, marcada pela precariedade dos primeiros experimentos com o som sincrônico, é o palco privilegiado para esta, até então, estranha alquimia.
À revelia das necessidades das produtoras, a voz do realizador, contudo, consegue se destacar sobre a babel de "O Anjo Azul". O filme congrega diversas obsessões expressivas de Sternberg e é o primeiro dos sete filmes que realizará com sua musa/alter-ego, Marlene Dietrich. 
Da atriz o realizador privilegiará sempre a agressividade erótica, seu rosto e formas de anjo predador. Esta apropriação representou um dos mais ousados e importantes capítulos na história da representação do sexo no cinema.
A imagem síntese de Sternberg é o corpo de Marlene envolto numa luz aureolada, diáfana, fantasmagórica (ponto de contato entre o autor, o expressionismo de Murnau e o impressionismo de Gance), em um cenário rococó claustrofóbico, abafado por véus e estátuas.
O fascínio e a repulsa de "O Anjo Azul".

Miguel Haoni
(Cineclube Sesi - 2012)

Serviço:
dia 11/10 (quinta)
às 19h30
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep*
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA
*Sala com 25 lugares, sujeita à lotação.


Realização: Sesi
Apoio: Processo Multiartes

Mais informações:

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