domingo, 6 de dezembro de 2015

Mostra Melhores do Ano

2015 foi um ano difícil para o cinema.

Em primeiro lugar pela oficialização de uma prática antiga, mas até então não declarada: a substituição, nas curadorias, dos critérios de exigência por um mercantilismo feroz.

Em segundo lugar por que dos grandes filmes produzidos, lançados e exibidos neste ano que atravessaram nossas retinas, à maior parte caberia a denominação, cunhada pelo velho Truffaut, de “grande filme doente”. Exemplifiquemos:
a) Abel Ferrara e Michael Mann estão fora da sua melhor forma;
b) A maioria dos filmes foram lançados sob a sombra da morte (mesmo apostando na vida):  seja a do cinema (Adeus á Linguagem), a de Agata Apicella Moretti (Minha Mãe), a de Pier Paolo Pasolini (Pasolini), a de João Bénard da Costa (Outros Amarão as Coisas que Amei), a de Eduardo Coutinho (Últimas Conversas) ou a de Chris Kyle e seus 160 confirmados fantasmas (Sniper Americano);
c) O filme do ano foi também o filme mais doentio e perturbador dos últimos tempos.
Nesse quadro de trevas (onde - ai de nós - não mencionaremos os MUITOS filmes ruins), as únicas afirmações mais diretas de vida vieram de Shyamalan e Green. Cineastas que constroem espaços a serem habitados pelas pessoas e pela luz. Artistas que ajudaram a compor a mostra que aqui oferecemos aos combalidos cinéfilos de Curitiba.

Miguel Haoni
(Coletivo Atalante)

Obs: Dedicamos este pequeno esforço de resistência a Sergio Alpendre. Homem de cinema, que no FICBIC do ano passado executou um trabalho raro, de cujo espírito pretendemos nos aproximar.

Programação
16/12, 16h30: La Sapienza, de Eugène Green
(La Sapienza, 2014/França – 101 min)
Arquiteto francês viaja à Itália para encontrar inspiração e conhecimento no trabalho de seus ídolos Guarini, em Turim, e Borromini, em Roma. Ele busca o renascimento e a superação do seu passado através das linhas e da história do Barroco. Mas encontra algo mais: uma história de amor.
16/12, 19h30: Blackhat, de Michael Mann
(Blackhat, 2015/EUA – 133 min)
Nicholas é um ex-prisioneiro e gênio da codificação. Liberado pela polícia para auxiliar nas investigações de um cibercrime, ele inicia uma caçada a uma rede de criminosos por Chicago, Los Angeles, Hong Kong e Jacarta.
17/12, 16h30: Minha Mãe, de Nanni Moretti
(Mia Madre, 2015/Itália – 106 min)
A Margherita é uma realizadora em plena rodagem de um filme cujo papel principal é desempenhado por um célebre - e insuportável - ator americano de origem italiana. Às suas dúvidas de artista comprometida, misturam-se angústias privadas: a mãe está no hospital, a filha em plena crise de adolescência. 
E o irmão, esse, como sempre, é irrepreensível…Será que a Margherita conseguirá sentir-se à altura, no seu trabalho e na sua família?
17/12, 19h30: Pasolini, de Abel Ferrara
(Pasolini, 2014/Itália – 86 min)
Em um filme onírico e visionário, uma mistura de realidade e imaginação, Abel Ferrara reconstrói o último dia de vida de Pier Paolo Pasolini.
18/12, 16h30: A Visita, de M. Night Shyamalan
(The Visit, 2015/EUA – 94 min)
Um garoto (Ed Oxenbould) e sua irmã são mandados pela mãe (Kathryn Hahn) para visitar seus avós que moram em uma remota fazenda. Não demora muito até que os irmãos descubram que seus avós estão envolvidos com coisas profundamente perturbadoras que colocam a vida dos netos em perigo.
18/12, 19h30: João Bénard da Costa - Outros Amarão as Coisas que eu Amei , de Manuel Mozos
(João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas que eu Amei, 2014/Portugal – 74 min)
Uma homenagem ao cinema a pretexto da extraordinária vida de João Bénard da Costa, diretor da cinemateca portuguesa durante 18 anos mas também actor, cinéfilo, escritor inspirado e leitor criativo. Esta é uma inusual biografia que conta a vida do homem através dos seus amores, medos e contemplações, impressas na arte da pintura, do cinema e literatura. Da pintura barroca à literatura de Borges, eis o amado diário de um homem universal.
19/12, 16h30: Sniper Americano, de Clint Eastwood
(American Sniper, 2014/EUA – 133 min)
Adaptado do livro American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History, este filme conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), um atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Durante cerca de dez anos, ele matou mais de 150 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação.
Serviço:
De 16 a 19 de dezembro
(quarta a sábado)
Sessões às 16h30 a 19h30
No Anfi 400 da UFPR
(Rua General Carneiro, 480 – Reitoria, Edifício Dom Pedro I, 4° andar)
ENTRADA FRANCA
Confira as listas de melhores do ano no blog:coletivoatalante.blogspot.com

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