sexta-feira, 15 de março de 2024

Clube do Filme: À Espera dos Bárbaros

Atendendo a pedidos, o Clube do Filme do Atalante está de volta! E nosso primeiro encontro do ano será o encerramento do ciclo dedicado a Eugène Green com "À Espera dos Bárbaros" (2017).

Em atividade de encontros mensais desde 2018, sempre
nos reunimos para uma discussão de um filme e textos relacionados, abordando neste ciclo a obra de um dos cineastas mais interessantes e encantadores deste século.

Nosso encontro será no dia 27 de março, quarta-feira, às 19h15, via Jitsi, ao vivo, entrada livre e gratuita.


"Apesar da natureza espartana da sua mise-en-scène, Green é um realizador com um olho apurado para brilhantes imagens, tão mais belas pela severidade que transmitem. Somente esse tipo de forma poderia sustentar o registo que o cineasta exige aos seus atores, que passam a maior parte do filme a declamar textos, ora originais ora medievais, diretamente para a câmara num estilo tão desafetado que parece quase alienígena. Indo ainda mais longe do que já tinha ido em obras como “La Spaienza” e “Les fils du Joseph”, Green propõe uma quase absoluta anulação da expressão humana, quer a níveis de linguagem corporal, reação facial ou mesmo cadências vocais. Somente um revirar de olhos trocista tem direito a aparecer em cena"
- Cláudio Alves, em sua crítica do filme, uma das leituras recomendadas deste mês.


O filme encontra-se disponível aqui (com legendas disponíveis). Qualquer problema (inclusive com as legendas embutidas e seu uso por VLC), só avisar que podemos ajudar.

Textos recomendados para leitura:

A) Crítica do filme por Cláudio Alves, disponível aqui.

B) Crítica do filme por Wilson Roberto Vieira Ferreira, disponível aqui.

Como de costume, nosso propósito no Clube do Filme é discutir obras e textos com um pouco mais de tempo que nos debates após as sessões do cineclube, logo, o filme não será exibido na data. Recomendamos que o filme já tenha sido visto e também a leitura dos textos, porém isso não é exigido para participação. Devido ao formato virtual, não poderemos exibir com qualidade trechos do filme e de outros trabalhos, mas acreditamos ser importante retomarmos as atividades possíveis durante a pandemia. O ingresso, como sempre, é gratuito.

Devido a limitações de tempo do Meet, voltamos com nossa sala do Jitsi. O Jitsi dispensa downloads de aplicativos e senhas no PC, mas caso acesse pelo celular, recomendamos o download do aplicativo (gratuito).

Serviço:

Clube do Filme:"À Espera dos Bárbaros" (2017), de Eugène Green
Dia 27/03 (quarta-feira)
Das 19h15 às 21h30
Via Jitsi:
https://meet.jit.si/ClubedoFilmeAtalante
ENTRADA FRANCA

Coordenação e mediação: Giovanni Comodo
Realização: Coletivo Atalante

quinta-feira, 7 de março de 2024

Cineclube do Atalante: A Margem


Sábado, 09 de março:

A MARGEM
Dirigido por Ozualdo Candeias
* Projeção em 35mm do acervo da Cinemateca de Curitiba

(A Margem, 1967, Brasil, 90 min., drama, 16 anos.)
Com Mário Benvenutti, Valeria Vidal, Bentinho.

Inspirado em acontecimentos reais publicados em jornais populares, o filme aborda o dia a dia da população pobre que vive às margens do rio Tietê, sob o ponto de vista de quatro personagens. Eles observam uma mítica mulher que desce o rio em uma canoa.

Serviço:

CINECLUBE DO ATALANTE
“A Margem” (1967), de Ozualdo Candeias
Sábado, 09/03
Às 16h
Na Cinemateca de Curitiba
(Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321-3552
ENTRADA FRANCA

Realização: Coletivo Atalante

PROJETO REALIZADO COM RECURSOS DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA - FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA, PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO FEDERAL

Cineclube do Atalante: Avante!


Novo ciclo do Cineclube do Atalante em 2024: Avante!

No ano em que o Cineclube do Atalante comemora 10 anos de atividades na Cinemateca de Curitiba, preparamos um programa de 20 sessões, sempre acompanhadas de uma conversa após exibições e um texto crítico.

Trata-se de um recorte em que renovamos nossos compromissos com a redescoberta de movimentos e filmografias significativas do Cinema – sempre com entrada franca!

Início em 09 de março, sempre aos sábados às 16h na Cinemateca de Curitiba.

Realização: Coletivo Atalante

PROJETO REALIZADO COM RECURSOS DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA - FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA, PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO FEDERAL

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Cineclube do Atalante: Dono da noite

O Cineclube do Atalante na Cinemateca de Curitiba exibe neste sábado um filme de Paul Schrader. Entrada franca, sempre.


DONO DA NOITE

Dirigido por Paul Schrader.

(Light Sleeper, EUA, 1992, drama/crime, 103 min., 14 anos)

Com Willem Dafoe, Susan Sarandon, Dana Delany.

Sempre elegante e educado, LeTour é um homem solitário e ex-viciado que trabalha entregando drogas para Ann, uma pequena traficante que fornece a alta sociedade de Manhattan. Sem perspectivas e acometido por uma forte insônia, sua situação piora quando Ann manifesta o interesse de deixar o tráfico. É nesse momento que ressurge em sua vida, Marianne, uma antiga paixão. Mas LeTour ainda terá que lidar com a polícia que investiga a morte de uma garota por overdose.

Serviço:

CINECLUBE DO ATALANTE
“Dono da noite” (1992), de Paul Schrader
Sábado, 17/02
Às 16h
Na Cinemateca de Curitiba
(Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321-3552
ENTRADA FRANCA

Realização: Coletivo Atalante.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Remember my Name: A balada por amor

 por Giovanni Comodo

Play. Vamos faixa a faixa?

C’mon up, bring your friends, we’ll start that party rolling/ My castle’s rockin, run on fire to see. Poucas décadas foram velozes como os 70 em Hollywood. Seu início viu a ascensão e completo sucesso de uma nova geração de diretores-autores, jovens apaixonados por cinema, com fogo nas ventas para realizar suas visões e também desencantados com seu próprio país. Excessos (pessoais e artísticos) e a resposta rápida dos donos dos estúdios – apostando cada vez mais em blockbusters escapistas em tempos sombrios – encerraram a festa já na virada para os anos 80, mas alguns conseguiram trazer e encaminhar seus amigos antes. Alan Rudolph foi roteirista e assistente de direção de Robert Altman (Mash, Nashville) e com sua produção conseguiu realizar Remember my name (Lembre meu Nome), lançado em 1978. De Altman, trouxe uma câmera fluida e o gosto por personagens interessantes e quebradiças, porém Rudolph consegue ser um romântico maior, mais cômico e mais leve. Se Altman filma as pessoas com uma certa distância (até para observar e flanar melhor entre seus tantos grupos), Rudolph é um diretor do corpo-a-corpo, de acompanhar seus personagens na altura dos olhos, próximo de seus equívocos, segredos e desejos. É dono de um timing cômico que transparece até nos momentos tensos de Remember my name e consegue filmar (e reenquadrar sem cortes!) duas pessoas em uma conversa como raros de seus colegas – esta última habilidade citada é tanto um dos motivos para a sensação de dilatação do tempo e do mistério envolvendo Emily como o que nos possibilita estar cada vez mais ligados aos seus personagens: permanecemos com eles, seduzidos, dançando pé com pé.

I noticed you’ve been acting very strange dear. Rudolph quis realizar uma espécie de revisita ao noir e ao melodrama (sequer eles eram excludentes, como já exibimos no Atalante outras vezes com Meu Único Amor de Raoul Walsh e Os Desgraçados não Choram de Vincent Sherman), com uma história de uma mulher misteriosa que chega a uma cidade e altera a vida de seus moradores, na longa tradição de femmes fatales. Porém são outros tempos, cores, corpos, músicas. Para esta última, Rudolph e Altman convocam Alberta Hunter, compositora e cantora de blues atuante nas décadas de 1930-40, que voltara aos palcos no ano anterior após sua aposentadoria como enfermeira. Hunter é a responsável pela trilha do filme e suas melodias repletas de desencanto, que sublinham o drama na tela – são suas letras que abrem cada parágrafo aqui, sobre este filme que é praticamente um musical.

The love I have for you makes my blue days bright. Porém o filme pertence, de fato e afinal, à sua atriz principal: Geraldine Chaplin. Rudolph, que havia trabalhado com ela em participações menores antes, escreveu o filme especialmente para Chaplin, pensando em como reagiria a cada situação. Já conhecida por filmes com Carlos Saura e Jacques Rivette, Geraldine impõem-se neste filme americano com um ritmo próprio, fora de lugar como sua Emily. Pálida, esquia, postura sempre tensa, sem piscar, sua protagonista atrai nosso olhar e da câmera como se tivesse uma força gravitacional: não poucas as cenas em que há um suave zoom em sua direção, irremediável e com cuidado como se para não nos aproximarmos abruptamente.

I dreamed the man thatI loved has another lover in my place/ You forgot you said you loved me. Aos poucos somos apresentados às razões de Emily, inclusive o motivo de ser praticamente um ser extraterrestre descobrindo aquele mundo resumido em um supermercado modorrento, uma casa pequena de um jovem casal trabalhador, esqueletos de residências em construção, um cortiço, um bar escuro. Ela é alguém que amou e talvez ainda ame. Daí suas atitudes tão estranhas, de pequenas vinganças vazias e desesperadas. Chaplin faz um tour de force, da raiva ao riso e à lágrima tudo de uma vez, imprevisível, dilacerante e, por vezes, quase cômico (um corpo em conflito e subversão com as regras do entorno foi a especialidade do Chaplin-pai, que de certa maneira transborda no fazer da Chaplin-filha). Impossível esquecê-la.

Lord, it may be a week, and it may be a month or two/ All the dirt you done to me, honey, it's comin' back home to you. Houve um tempo em que Hollywood fazia filmes em que amar era uma terrível responsabilidade. Rudolph, Altman e Chaplin bem sabiam disso. E eu e você também.

Músicas mencionadas, em ordem: My castle’s rockin’, Some Sweet Day, The Love I have for, Remember my Name e Downhearted Blues.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Cineclube do Atalante: Lembre meu nome

O Cineclube do Atalante na Cinemateca de Curitiba retoma suas atividades neste sábado com um filme de Alan Rudolph. Entrada franca, sempre.


LEMBRE MEU NOME

Dirigido por Alan Rudolph.

(Remember My Name, EUA, 1978, drama/suspense, 104 min., 14 anos)

Com Geraldine Chaplin, Anthony Perkins, Moses Gunn.

Recém saída da prisão, uma jovem chega à cidade para começar uma nova vida, mas logo começa a perseguir um trabalhador de construção casado sem motivo aparente, transformando e aterrorizando a vida dele e sua esposa.

Serviço:

CINECLUBE DO ATALANTE
“Lembre meu nome” (1978), de Alan Rudolph
Sábado, 03/02
Às 16h
Na Cinemateca de Curitiba
(Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321-3552
ENTRADA FRANCA

Realização: Coletivo Atalante

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Cineclube do Atalante: Ópera

O Cineclube do Atalante na Cinemateca de Curitiba exibe neste sábado um filme de Dario Argento. Entrada franca, sempre.



ÓPERA
Dirigido por Dario Argento.

(Opera, Itália, 1987, suspense/terror, 107 min., 16 anos)
Com Cristina Marsillach, Urbano Barberini, Daria Nicolodi.

Uma suposta maldição persegue a montagem da ópera "Macbeth", de Verdi. Reforçando a lenda, a apresentação do espetáculo no Teatro Scala de Milão inclui corvos que aparecem degolados, operários assassinados e acidentes bizarros, como holofotes que caem na platéia. Tudo parece girar em torno da soprano Betty, que tornou-se alvo de um perigoso psicopata mascarado capaz de tudo para tê-la.

Serviço:

CINECLUBE DO ATALANTE
“Ópera” (1987), de Dario Argento
Sábado, 25/11
Às 16h
Na Cinemateca de Curitiba
(Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321-3552
ENTRADA FRANCA

Realização: Coletivo Atalante