quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O Pagamento Final, de Brian De Palma


Carlito's Way, 1993

Uma linha. Uma linha reta, que precisa ser percorrida até o fim. Simetrias, geometrias, contrastes de espaços, construções e paisagens que o tempo inteiro nos lembram o caminho a ser traçado. O caminho de Carlito é o nosso, mas sua maneira é a de Eddie Taylor, a de Michel Poiccard, a do soldado Eriksson, a de Butch Haynes e também Tom Garrett, Ethan Hunt, John 'Scottie' Ferguson, Gregory Arkadin e William Munny. Brian De Palma, o jovem que queria ser Jean-Luc Godard, transforma-se em um dos principais realizadores do cinema de gênero norte-americano com este O Pagamento Final. Se Um Tiro na Noite, Scarface e Os Intocáveis já prenunciavam uma maestria do diretor nas maneiras em que trabalhava o filme policial, o filme de gangster e o thriller de suspense, em O Pagamento Final temos muito mais que a simples conjugação de gêneros, muito mais que uma exibição de maestria estéril (algo que muitos gostam de pensar sobre o cinema de De Palma). O Pagamento Final é um momento de maturidade na obra do seu diretor, um filme onde torna-se necessário rever o que já se fez e partindo disso preparar, gradualmente e com muito trabalho, novos caminhos, novas possibilidades para seu cinema. A sua linha, o seu caminho.
O enredo de O Pagamento Final, como sempre com De Palma, é um já bastante difundido e conhecido pelo público médio: após sair da prisão, ex-gangster quer se manter "limpo" para fugir com sua amada para as Bahamas. Até aqui nada de mais, ou melhor, apenas mais do mesmo. O que De Palma pode tirar desta historieta, de um tema tão completamente batido? Um mundo. E não o mundo que se imagina no cinema de De Palma, um mundo que só pode ser construído com movimentos ensandecidos da steadycam e um trabalho fabuloso com a câmera: é antes de tudo o mundo que existe entre um plano e seu contraplano, o mundo que existe quando Carlito espia do alto de um edifício, com apenas uma tampa de lixo protegendo sua cabeça da chuva, Gail dançando balé durante uma aula que ocorre em outro edifício; é o mundo que existe na cena em que Carlito visita Gail de madrugada e os dois ficam conversando, trocando sorrisos e seduções pela brechinha aberta de uma porta, brechinha que permite De Palma filmar apenas em extremos close-ups e extremos close-ups que permitem De Palma filmar esta cena íntima com um máximo de encantamento e beleza; é o mundo que existe no momento em que Carlito, hesitante em perseguir ou não Gail no meio de uma chuva torrencial, se joga numa porta e respira nervosamente por alguns instantes para instantes depois sair correndo atrás de sua amada no meio da chuva; e é o mundo que existe quando Carlito, após aceitar o favor pedido pelo seu amigo advogado Dave Kleinfeld, é abraçado por Dave numa das mais tocantes exibições de humanidade em todo o cinema de De Palma. O interesse de De Palma por essas pessoas, por aquilo que elas fazem e aquilo que elas são (nesta ordem), alcança neste filme uma intensidade poucas vezes vista no seu cinema.
Mas Brian De Palma, bem sabemos, não costuma fazer filmes pequenos sobre coisas pequenas. Ele se interessa por elas, gosta de observá-las até, mas é necessário manter a ilusão, o ilusório. O cinema é o espetáculo, e seu Carlito Brigante é um personagem espetacular. Portanto, são nos momentos onde o espetáculo alcança seu apogeu que De Palma melhor nos deixa conhecer esse Carlito Brigante (não à toa, este nos é introduzido como se estivesse recebendo um Oscar). Os caminhos que Carlito escolhe são sempre aqueles que levam aos momentos de cinema mais prodigiosos: a seqüência onde acompanha seu primo para uma "entrega", por exemplo, não é apenas um primor de realização e encenação, mas é também o primeiro momento onde fica claro que o sonho de Carlito de se manter limpo é uma impossibilidade, algo que seu passado, sua história, não permitirá. E depois temos o favor prestado a Dave (a quem havia dito em outro momento, "Um favor lhe matará mais rápido do que uma bala"), as atribulações com o jovem traficante Benny Blanco ("from the Bronx") e o tour de force final, uma perseguição em estações de metrôs que talvez seja a melhor coisa que já vimos em um filme de Brian De Palma em termos de concepção e realização cinematográfica.
Mas entre tudo isso, o que temos? A vida, o cinema e o mundo. Os caminhos que as pessoas escolhem para si mesmas e os caminhos que elas descrevem. Carlito, Gale e Dave. Minnelli (o senso musical da câmera e a coreografia na perseguição de Carlito pelos mafiosos no metrô, as danças de Gail, a leveza na câmera e o El Paraiso), Welles (a estrutura que De Palma escolhe para o filme, semelhante à de Grilhões do Passado) e Eastwood (lançado seis meses depois, seu Um Mundo Perfeito guarda semelhanças bastante reveladoras com o filme de De Palma). Um inventário do cinema de gênero norte-americano? Também, e além. Existem instantes de intimidade que De Palma insiste em capturar – como a conversa entre Carlito e Gail após ele descobrir que ela trabalha num strip club (e, via de regra, todos os momentos que ambos partilham durante o filme), as primeiras cenas de Carlito e Dave, dançantes e falantes após o sucesso no tribunal, ou todos as cenas em que Carlito precisa entrar em choque com o seu passado e lidar com o fato de que um passado de crimes irá uma hora alcançá-lo – que parecem simplesmente não fazer parte do registro a que De Palma se propõe, ou aquilo que costuma se imaginar que seria um filme destes. Não um contraste, muito menos algo de errado: é como se De Palma e seu roteirista David Koepp nos oferecessem o outro lado da moeda, mostrando que um gangster do cinema norte-americano possui uma namorada de quem gosta, amigos, metas que não o crime e assassinatos; enfim, que um personagem como este (e todos aqueles que estão à sua volta) possui uma vida como qualquer outra pessoa.
A memória pede pelo John Cassavetes de The Killing of a Chinese Bookie, mas seria um exagero, mesmo que um plenamente aceitável (afinal, não foi Cassavetes quem De Palma explodiu na conclusão de A Fúria?). Não, o paralelo mais adequado é mesmo o de Samuel Fuller, pela maneira que sempre adorou as figuras marginais e os fracassados e por sua adoração pelos tipos cinematográficos: seu universo é repleto de pequenos ladrões, jornalistas moribundos, soldados ignorantes, soldados letrados, mulheres da vida, mendigos e todo o tipo de minoria. Fuller nos mostra toda essa variedade de tipos como invariáveis grosseiros e boçais, mas é justamente na necessidade de se manterem vivos a qualquer custo e buscar nas limitações de suas vidas aquilo que de melhor podem obter que reside o encanto de Fuller por eles. De Palma também trabalha com tipos aqui, mas um pouco mais sofisticados. Carlito Brigante é um ex-gangster mas é também dono de um clube bastante badalado, enquanto Dave Kleinfeld é um jovem advogado muito bem situado. Talvez a personagem realmente mais próxima de um personagem de Fuller seja a namorada de Carlito, Gail, mas ainda assim durante o filme ela revela uma inocência que poucos personagens de Fuller apresentam.
E se já situamos Fuller, Cassavetes, Eastwood, Minnelli e Welles como possíveis referências, temos outras duas que também saltam aos olhos: Alfred Hitchcock (como não podia deixar de ser) e principalmente Fritz Lang. De Hitchcock obviamente os mesmos interesses de sempre: o jogo de simulações e manipulações do olhar (no jogo de sinuca ao início do filme ou na saída de Carlito doEl Paraiso que antecede a perseguição na estação de metrô) e Um Corpo Que Cai (as seqüências em que um Carlito meio perdido persegue Gail, referência clara ao clássico de Hitchcock e uma das imagens prediletas de De Palma). A parte de Lang, porém, é a que mais se faz notar durante o filme: como nos principais filmes do cineasta alemão, temos em O Pagamento Final um personagem que, com todas as suas forças, entrará em confronto com aquele que se delineia como seu destino certo. O que Carlito talvez possui de mais nobre é justamente essa luta, essa capacidade de tornar possível qualquer coisa que lhe aproxime de seu sonho, Gail e as Bahamas. Nada do pessimismo da maioria dos heróis depalmianos: Carlito é alguém que sempre olha o que está por vir e tenta tirar o melhor disto. Na sua luta contra o destino, Carlito mostra esse humanismo tão maravilhoso que existe em De Palma, um humanismo absurdo (e fantástico) por ser a morte inevitável para Carlito (o filme já começa com ele, na Grand Central Station, deitado numa maca, acompanhado por Gail). Talvez por isso o jogo de simetrias, seja no El Paraiso (a trilha de metrô situada ao lado do clube, o caminho para o "paraíso"), na mansão de Dave (o pequeno cais que leva ao barco onde os destinos de Carlito e Dave serão definidos) ou no seu apartamento (a ponte de Manhattan), na escada rolante do Grand Central Station, onde De Palma cria uma das mais brilhantes seqüências da história do cinema, ou mesmo quando já na garagem dos metrôs Carlito corre em direção a sua Gail, a única corrida realizada por ele no filme aliás. A irrepreensibilidade patente nessas tão simples linhas retas, é o tema de O Pagamento Finalcomo o é de toda a obra de Lang.
"Mas e quanto à crença na imagem de Blow Out, de Dublê de Corpoou de Olhos de Serpente? Onde ela está em O Pagamento Final?", pergunta o leitor. Bom, ela está na necessidade que De Palma tem de transformar o tema do filme (o caminho de Carlito) em imagens das mais marcantes o tempo todo, sendo que aqui essa crença adquire um contorno que poucas vezes – em Um Tiro na Noite eTrágica Obsessão talvez, como também em Pecados de Guerra eOlhos de Serpente – o diretor se preocupou em apresentar com tamanho impacto: um catolicismo resoluto, que se apresenta na própria presença de Carlito, e que se manifesta principalmente ao final do filme, nos últimos instantes mesmo, quando Carlito é levado baleado numa maca para fora da Grand Central Station. Policiais o cercam, médicos o atendem, Gail o acompanha, trabalhadores e outras pessoas observam o seu caminho. Um outdoor surge, na parede da estação. Nele, em letras brancas, lemos a frase "Escape to Paradise", com ao fundo a imagem de uma praia. Preenchem o quadro o mar, a folha de uma palmeira, o sol intenso e o perfil de uma mulher que dança ao som executado por um grupinho de bahamenses. Campo, contracampo: no plano fixo, o zoom nos aproxima ao olhar de Carlito; no corte, ao outdoor. A lógica da cena é a lógica da criação cinematográfica: a imagem imóvel no outdoorsó poderá ganhar vida a partir da morte de Carlito. No vivo olhar de Carlito, apenas o desejo de dar movimento a esse cenário. Pouco a pouco, quadro a quadro, as imagens vão ganhando movimento: o sol começa a se pôr, as folhas da palmeira ganham um balanço e sua mulher dança ao som do grupinho. É Gail quem está no outdoor, já depois da viagem para as Bahamas. Carlito esboça um sorriso, fala "Tired, baby. Tired", e fecha os olhos. Neste momento, a imagem que antes estava limitada ao outdoor já ocupa todo o quadro do Panavision de De Palma, contendo aquilo que antes víamos apenas no olhar de Carlito: o movimento. A ascese de Carlito só pode ocorrer através do cinema – em outras palavras, com o cinema ecomo cinema. É esse momento, esse momento de celebração da vida através do ato de morte, que encerra tudo aquilo que é a crença de Brian De Palma na imagem, no cinema – ou melhor, uma crença de vida que é uma crença na imagem e no cinema.

Bruno Andrade
(Texto original: http://www.contracampo.com.br/47/pagamentofinal.htm)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Cineclube Sesi: "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho

Nesta quinta-feira, dia 28, o Cineclube Sesi apresenta o filme "O Som ao Redor" de Kleber Mendonça Filho, encerrando o ciclo Cinema Brasileiro Contemporâneo. Em dezembro o tema será Cinema de Fluxo.
Sempre com entrada franca!

Cineclube Sesi apresenta: 
"O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho

A presença de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos moradores do local. Ao mesmo tempo em que alguns comemoram a tranquilidade trazida pela segurança privada, outros passam por momentos de extrema tensão. Ao mesmo tempo, casada e mãe de duas crianças, Bia (Maeve Jinkings) tenta encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro de seu vizinho.

Serviço:
dia 28/11 (quinta)
às 19h30
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA
 

Realização: Sesi 
 
  (
 http://www.sesipr.org.br/cultura/)
Produção: Atalante (http://coletivoatalante.blogspot.com.br/)

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Cineclube Sesi Portão: "O Pagamento Final", de Brian De Palma

O Cineclube Sesi Portão apresenta no dia 27 de novembro (quarta) às 19h30, o filme "O Pagamento Final", de Brian De Palma, encerrando a programação 2013 do projeto. O cineclube volta em janeiro de 2014 com muitas novidades. Entrada franca sempre.

Cineclube Sesi Portão apresenta: 
"O Pagamento Final", de Brian De Palma

O advogado David Kleinfeld (Sean Penn) tira o gângster Carlito 'Charlie' Brigante (Al Pacino) da cadeia usando uma brecha na lei. De volta às ruas, Carlito sabe que gastou sua sorte e quer andar na linha pela primeira vez na vida. Seus planos mudam quando o advogado reaparece oferecendo uma proposta que lhe permitirá recomeçar do zero ao lado da namorada nas Bahamas.

Serviço:
dia 27/11 (quarta)
às 19h30
no Teatro do Sesi no Portão 
(Rua Padre Leonardo Nunes, 180 – entrada pela rua lateral Rua Álvaro Vardânega)
  
ENTRADA FRANCA

Realização: Sesi 
    
  (
http://www.sesipr.org.br/cultura/)
           

Produção: Atalante 
(http://coletivoatalante.blogspot.com.br/)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Cine FAP: "Eles Vivem", de John Carpenter

O Cine FAP  apresenta nesta segunda-feira, dia 25 de novembro, às 19h00, o filme "Eles Vivem" de John Carpenter, encerrando a programação de 2013 do cineclube. No próximo ano o tema do primeiro semestre será o Cinema Francês Moderno. Entrada franca sempre.



Cine FAP apresenta: "Eles Vivem", de John Carpenter
John Nada (Roddy Piper) é um trabalhador braçal que chega a Los Angeles e encontra trabalho numa fábrica. Durante uma inusitada operação repressiva, a polícia destrói um quarteirão inteiro do bairro miserável em que vive. Na confusão Nada encontra óculos escuros aparentemente comuns, porém ao usá-los consegue enxergar horrendas criaturas alienígenas disfarçadas de seres humanos, bem como as mensagens subliminares que elas transmitem através da mídia em geral. Nada percebe que os invasores já estão controlando o planeta e, juntamente com seu companheiro de trabalho Frank (Keith David), decide se engajar no movimento de resistência, que é perseguido como subversivo pela polícia.


Comentários: Christofer Pallú, José Fernando Costa e Paulo Vitor 

Serviço:
dia 25/11 (segunda)
às 19h00
na Auditório Antonio Melillo
(Rua dos Funcionários, 1357, Cabral)
ENTRADA FRANCA

Realização: FAP
Produção: Cine FAP e Grupo de Estudos de Cinema de Horror
Apoio: Coletivo Atalante

Potência do mal-estar


Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra (Brasil, 2011)

A estréia em longa-metragem da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra tem algo de diferente no panorama do cinema brasileiro atual. Enquanto a tendência geral é colocar a afetividade no centro, em geral com certa doçura inocente ou uma afirmação positiva das relações, como se o afeto fosse capaz de salvar as pessoas da tragédia do mundo, Trabalhar Cansa é um filme político, no sentido mais puro que a palavra pode ter – já que o termo “cinema político” desgastou-se como uma grife nos últimos 40 anos – pois coloca as relações humanas como centro de sua problemática, mostrando uma crise. É um filme de pessoas no mundo: pessoas em conflito, o homem como ser social, como um animal num mundo que lhe é hostil e cuja existência harmônica lhe parece estranha. O mal-estar na civilização.
As relações são mediadas por uma mistura dos sentimentos e dos papéis sociais: a empregada que mora em casa, mas quer a carteira registrada; o marido que perde o emprego enquanto a esposa vira dona de estabelecimento comercial; a mãe que se acha patroa da empregada da filha por extensão; a funcionária que joga do lado tanto dos colegas quanto da patroa. Todas as personagens têm essa “dupla função”, resultado do embate entre os desejos e o racional: jogam com seus sentimentos em relação ao outro, mas também com os interesses (às vezes, os mais baixos possíveis). Essa pulsão que move as relações só se faz possível, enquanto dramaturgia, pelo tom preciso do filme, que transita da observação seca à doçura, do drama existencial ao cômico, da comédia à tragédia, sem deixar marcada as fronteiras que separam um momento do outro. Sai daí uma fruiçãohawksiana, que se move pelos momentos sem deixá-los ser apenas fragmentos de múltiplas idéias, mas sim partes orgânicas de um todo pulsante.
O filme certamente será abordado pelo seu lado sobrenatural evidente, ainda mais que este aspecto perpassa a obra da dupla desde seu primeiro curta-metragem. Contudo, se antes esse elemento era uma metáfora de algum aspecto psicológico da personagem (e isso é trazido para a frente em As Sombras), aqui o terror é antes de tudo uma materialização do estado de mal-estar das personagens, derivados de seus insucessos e suas frustrações (que explodirão no incrível momento de libertação de Otávio, personagem de Marat Descartes). Pois se o caminho era criar uma imagem “psicológica” nos curtas, agora as imagens têm uma relação física. Aliá-lo ao cinema de terror é reduzir sua potência e ignorar o que há de mais evidente em sua misè-en-scene: pessoas interagindo no espaço. Pois, Trabalhar Cansa é um filme físico. A obra se faz no nível do homem, tanto por negar uma metafísica no jogo das relações, quanto por se preocupar em filmar os atores e seus mínimos gestos – e é sintomático que seja um filme com tão poucos planos de passagem. É filme feito de carne e osso, louças, papel, tesoura, marreta, pano, correntes e vassouras. E isso é o que há de efetivamente fantástico nele.

Raul Arthuso
(Texto original:
http://www.revistacinetica.com.br/trabalharcansa.htm)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Oficina Nômade de Desenho - Animais



Sábado, 15:00

Projeto experimental prático de desenho coletivo voltado para iniciados ou não no mundo dos rabiscos. A proposta desta oficina é oferecer a experiência de desenhar junto, de perceber a cidade coletivamente. 
A oficina é gratuita e o participante é livre para levar o material que preferir. Lápis e papel são sempre bem vindos.

O tema abordará o desenho de observação dos animais e todo o entorno do passeio público.

Traga seu material e vamos desenhar juntos.
Esta oitava edição acontecerá no parque mais antigo de Curitiba, o Passeio Público.

Colaboradoras Adara Garbuglio e Lara Lima.

Passeio Público
Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 370

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Cineclube Sesi: "Trabalhar Cansa", de Juliana Rojas e Marco Dutra

Nesta quinta-feira, dia 21, o Cineclube Sesi apresenta o filme "Trabalhar Cansa" de Juliana Rojas e Marco Dutra, dando prosseguimento ao ciclo Cinema Brasileiro Contemporâneo que contará ainda com "O Som ao Redor" (28/11).
Sempre com entrada franca!

Cineclube Sesi apresenta:
"Trabalhar Cansa", de Juliana Rojas e Marco Dutra

Helena (Helena Albergaria) é uma dona de casa que resolve abrir um minimercado. Tudo vai bem até Otávio (Marat Descartes), seu marido, perder o emprego. A partir de então estranhos acontecimentos tomam conta do local, afetando o relacionamento do casal com a empregada doméstica.

Serviço:
dia 21/11 (quinta)
às 19h30
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA
 

Realização: Sesi 
 
  (
 http://www.sesipr.org.br/cultura/)
Produção: Atalante (http://coletivoatalante.blogspot.com.br/)

domingo, 17 de novembro de 2013

Debatendo Dona Sônia Pediu uma Arma para seu Vizinho Alcides

 Eis o tópico para a postagem das críticas sobre "Dona Sônia". Para abrir o debate temos um texto da Revista Cinética sobre o filme.

O descobrimento da América
Dona Sônia Pediu uma Arma para seu Vizinho Alcides, de Gabriel Martins
por Raul Arthuso
 
"Dona Sônia quer vingança" diz a sinopse do curta-metragem dirigido por Gabriel Martins.

A vingança é o principal motor das narrativas do faroeste. Porém, Dona Sônia... não é um faroeste moderno revisitando a iconografia e os valores do gênero, deslocando-os para o meio urbano - como, por exemplo, Taxi Driver, ainda que Martins compartilhe com Scorsese um rigor virtuoso do posicionamento de câmera, da composição de quadro, do ritmo interno dos movimentos de câmera. O gesto do filme é, na falta de um termo melhor, anterior, quase primitivo.

Pois o universo da vingança de Dona Sônia não carrega em si o peso de uma herança tanto historiográfica quanto imagética, sendo terreno praticamente virgem - não fossem as incursões exploratórias do telejornalismo e dos tablóides (ao qual o extenso título faz referência), pouco dispostos a contar uma história ou expressar uma vivência transferível a uma experiência coletiva. Desse terreno, parece sempre erigir um instinto de extrair o máximo de sangue, deixando uma produção de efeitos sem causa.
Gabriel Martins, por outro lado, se atém à vocação do cinema de cristalizar a potência dos gestos, dos singelos movimentos, da expressão impassível, mas intensa, de Dona Sônia, cuja textura se funde com a confusão urbana do cenário. É a partir do cinema que a vingança da personagem ganha existência, pois passa de simples relato a uma narrativa - uma experiência transmissível em toda sua profundidade.

E, então, a metalinguagem que atravessa o filme ganha força em sua estranheza, pois trata-se da impossibilidade de contar essa história sem atentar para a narrativa primeira que se ergue junto com o enredo daquela mulher. Nesse sentido, Dona Sônia... tem um olhar para esse mundo muito próximo de Michael Cimino, que parece sempre filmar como se fosse a primeira vez, fazendo de cada obra um novo descobrimento da América, mais especificamente do Oeste. Analogamente, Gabriel Martins filma seu próprio descobrimento: o bairro de periferia é seu oeste, Dona Sônia é seu mito em construção, as casas de tijolo à mostra são seu Monument Valley.

Dona Sônia... não dá razão à vingança, mas a aprofunda para sua existência, buscando, no impulso mais básico de contar uma história, articular e entender a fugidia, frustrante e fragmentada realidade. Não se trata de justificar o crime, mas de justiçar seu entorno.
Maio de 2012

Texto original: http://www.revistacinetica.com.br/donasonia.htm

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Conversa com Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso (fragmentos)


A conversa a seguir aconteceu durante a mostra Encontro com cineastas pernambucanos, organizada pelo SESC Palladium, em Belo Horizonte, entre os dias 5 e 9 de junho deste ano. A mostra foi uma oportunidade valiosa de reencontrar os filmes de Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso, dois dos olhares mais instigantes do cinema brasileiro contemporâneo. Realizadores que experimentam, a cada filme, maneiras diferentes de se relacionar com a realidade brasileira – e descobrem, no processo, novas possibilidades estéticas –, Marcelo e Gabriel também são dois sujeitos fortemente interessados nas discussões que circundam o cinema: duas vozes singulares (como se poderá perceber), mas que partilham de um mesmo entusiasmo pelo debate e não hesitam em se posicionar diante dos temas mais controversos.
Do começo, com a direção conjunta de KFZ-1348 (2008), passando pela proposta radical de Um lugar ao sol(2009) – dirigido por Gabriel e montado por Marcelo – até a apropriação das imagens alheias em Pacific(Pedroso, 2009) e Doméstica (Mascaro, 2012), as aventuras pela ficção em Avenida Brasília Formosa(Mascaro, 2010) e Corpo Presente (Pedroso, 2011) ou o experimento terrorista Câmara Escura (Pedroso, 2012), esses dois olhares seguem afirmando, a cada filme, suas singularidades e suas potências. Na conversa de aproximadamente duas horas que tive com eles, convivem a retórica densa de cada um e a abertura ao livre fluxo das ideias compartilhadas, a convicção e a espontaneidade. Alguns dias antes que os protestos escancarassem a indignação de tantos brasileiros nas ruas, palavras como tensão, política e violência já ocupavam o centro do debate.

(...)

Já que você falou de Um Lugar ao Sol, acho muito interessante essa pergunta: qual ética a gente vai buscar pra trabalhar num mundo em que a ética dominante é a do capital? Será que é a ética do amigo? Por outro lado, o que me incomoda em Um Lugar ao Sol é que o resultado estético da abordagem daqueles personagens talvez não problematize algo que a gente já sabe sobre eles, e que resulta em certa planificação. Algo que eu vejo em Pacific Doméstica – que é o gesto de tornar as coisas ainda mais complexas do que elas parecem a primeira vista – eu não percebo emUm Lugar ao Sol. O gesto terrorista me interessa muito, tanto em Câmara Escura quanto em Um Lugar ao Sol, mas nesse último eu acho que a montagem ou o próprio método só conseguiram confirmar uma expectativa que o espectador já tinha sobre aqueles personagens. Ou seja: como ir além do ridículo, como ir além do riso que, de certa maneira, faz parte do consenso? Como operar de uma forma realmente dissensual?
Gabriel – Eu procuro sempre imaginar Um Lugar ao Sol como um grupo de personagens em estado de exceção. Foram os últimos nove que aceitaram participar de um filme sobre morar em coberturas, dentro de um livro que mapeia pessoas que fazem parte de um guia de socialites. É um estado de exceção. Porque o inimigo de verdade não dá entrevista pra mim. Ele está cultivando nióbio em algum lugar… O inimigo de verdade tem outro rosto, está muito distante, não está no filme. Eu me interesso pelo filme a partir do momento que você percebe um grupo de personagens em estado de exceção que tenta, a partir de um filme, instrumentalizar um jogo para falar algo, cultivar um certo mundo socialite num filme que, de alguma forma, desconstrói isso. Acho que eles acham que estão sendo terroristas comigo e eu estou sendo com eles. É um jogo performático, eu estou performando, eles também estão.
Marcelo – Esses filmes estão sujeitos e expostos aos riscos e aos erros. E eu acho que Um Lugar ao Sol é um filme fundador de um tipo de olhar, de uma experiência. De um redirecionamento do olhar documental para outras possibilidades. Ao mesmo tempo é um filme com todos os problemas que ele traz. Porque são os problemas que ele traz que fizeram Pacific, que fizeram Doméstica. Então, a gente não deve se esquivar nem blindar o filme, de jeito nenhum.
Gabriel – Eu lembro que participei da oficina de formação do Doc TV, e foi meu primeiro contato com Jean-Claude Bernardet. Nessa oficina, ele nos desafiou, com muita força: “o documentário brasileiro vai mudar quando os diretores pararem de chamar os personagens para o palco no dia do lançamento”. Aquilo foi muito forte pra mim. Os filmes tinham uma condescendência, um pacto com a aprovação do personagem. No lançamento de Doméstica no Rio, um personagem do filme disse pra mim: “Ó, você roubou esse filme de mim, viu? Eu quero autoria do filme. Fui em que filmei, é minha história”. Quando eu poderia imaginar que esse jogo perverso que instrumentalizou o olhar dos personagens, e virou o jogo contra eles, ia fazer com que, no final, o cara pedisse a autoria do filme, dizendo que eu estou enrolando? Isso traz uma força do próprio descontrole que esse método coloca em jogo. No Pacific, alguém fez uma crítica ao filme no Youtube: “só tem gente bizarra nesse filme”. Aí um personagem respondeu: “Que bizarro o quê? Não sou bizarro não. Minha viagem foi massa, minha esposa curtiu, o cara pediu pra fazer um filme e é isso aí, minha vida é essa. Estou muito feliz”. Quando você pensa o jogo e abre mão desse pacto, o próprio jogo se reverte. Se há um ponto em comum entre esses filmes que a gente está citando, talvez seja a possibilidade de um risco da não aprovação pelo personagem. É um jogo que se constitui como risco que leva em conta a câmera, o cinema, a arte como um tensionador de uma experiência de mundo.
Marcelo – Eu acho que a duração compartilhada, aquele instante em que documentarista e personagem dividem a cena, é capaz de implodir perspectivas de mundo que estão enraizadas nos dois. Se o filme não conseguir abrir essa dimensão que a gente consiga olhar, se identificar, se projetar, ver a nós mesmos ali dentro, a gente está fodido. Na primeira sessão do Pacific lá em Recife, no Janela, eu saí da sala. Porque as pessoas riram tanto durante o filme que eu fiquei numa crise. Fui pro debate mortificado. As pessoas diziam: “Quem era você? Você era um espectro ali?” No outro dia eu reuni a equipe e disse: “Ó, esse filme não vai existir não. A gente vai sepultar hoje mesmo, acabou. Obrigado, foi massa o trabalho de vocês, mas esse filme saiu pela tangente. Como é que pode a gente fazer um filme em que se exercita um olhar e uma sensibilidade sobre o mundo, sobre as pessoas e a reação é escárnio, é riso descontrolado?”. Aí passei por um processo de conversa com a equipe, e passei a entender o quanto esse riso de escárnio do público durante as sessões também denota a própria dificuldade do público de olhar para aquilo.
Gabriel – Acho também que tem um pacto que se estabelece entre mim, espectador, e aquele personagem que está sendo ridicularizado pelo grupo, que me faz negar que aquela experiência é válida. Por outro lado, pra mim, rir é muito mais complexo do que o ridículo. Eu me divirto muito com Pacific, mas na diversão existe a complexidade. No Doméstica tem várias cenas com riso, engraçadas. De repente, a mulher fala do filho morto: silêncio. Cena propositalmente montada pra ser uma virada narrativa clássica. Eu não tenho problema nenhum com o riso. O riso é parte desse jogo de risco: é uma experiência, em si, tensa. Acho que dentro do riso tem muita tensão, muita potência.

Falando agora dos filmes mais recentes: de onde vem esse interesse de olhar para as imagens dos outros?
Marcelo – Tinha uma coisa de começar a se debruçar sobre a coisa do espetáculo. Um primeiro movimento: por que a gente precisa filmar se está todo mundo filmando? Eu nem conhecia muito os filmes que se valiam desse procedimento. Fui conhecendo durante a montagem, Videogramas de uma Revolução, umas coisas assim. Mas tinha esse desejo de apreender a imagem enquanto um dos elementos que constitui a vida coletiva. Isso olhando para si próprio, olhando para o apetite por imagens que existe no seio da minha própria família. Nessa época de Pacific, ainda não era nem Facebook, era Fotolog, mas eu já ficava completamente arrebatado por essa construção social que as pessoas faziam em torno de si mesmas. Tinha uma coisa muito clara pra mim: quem eu sou e quem eu quero ser. Quem eu sou é algo intangível, porque a gente está permanentemente construindo esses personagens, mas quem eu quero ser diz muito sobre quem eu sou; quem eu quero ser, às vezes, é a dimensão palpável de quem eu sou. Isso não é nada novo, é Jean Rouch, já estava lá. Jaguar; Eu, um Negro. O que Jean Rouch fez naquela época, hoje está sendo feito permanentemente em todos os lares que possuem um celular com câmera. Era partir desse pressuposto para entender as relações em um mundo que tem a imagem como centro de força.
Gabriel – No meu caso, eu assisti o Sociedade do Espetáculo, do Guy Debord. Há um momento em que ele pontua: por que filmar, se o mundo está repleto de imagens? O que fazer com essas imagens? Então ele ressignifica as imagens de publicidade a partir das teses do livro dele. No Doméstica eu tento fazer uma experiência próxima, mas que também se distancia: me apropriar um pouco do Reality TV, que negocia sua experiência do espetáculo, mas na forma midiática. Não mais a performance presa a um desejo, mas o jogo como processo da imagem. Doméstica, antes de tudo, é um filme sobre a negociação da imagem, onde eu articulo com um pesquisador local, que fala com um jovem, que fala com a empregada. Há uma rede de hierarquização na relação do fazer, estabelecida a partir do pacto que é fundada num jogo. É em cadeia. Eu nunca falei com a empregada, nunca falei com o jovem, nunca tive nenhum contato com ele. De que forma esse jogo pode tensionar algo para além dele? Para o jovem é um filme sobre a empregada, para mim pode ser um filme sobre um jovem que está falando sobre a empregada. São vários eixos possíveis a partir do processo.
Marcelo – Eu estava ficando curioso com essa ausência da cena. Talvez seja uma das grandes tensões, reflexões do documentário a impossibilidade do real, o real reinventado pela presença da equipe e da câmera. Aí eu ficava achando que esse gesto era uma articulação entre o cinema de interação – porque havia interação, não entre uma equipe e os personagens, mas entre o personagem e uma câmera – e um cinema de observação que consumava o ideal do cinema direto, da mosca na parede. Eu não estava no navio, era um olho realmente invisível que estava lá, ninguém sabia que aquilo ia virar filme, e eu ficava muito deslumbrado com esse esvaziamento.

Tanto em Pacific quanto em Doméstica, há um trabalho de dramaturgia muito forte. Como é que vocês pensam isso na montagem? Essa organização dramatúrgica de um projeto não-dramatúrgico, no sentido tradicional?
Marcelo – Esses filmes dão margem a perceber o quanto a forma de filmar é roteirizada a partir de experiências de imagem que o personagem reproduz no ato de filmar. A imagem vem contaminada por outras imagens, ela reverbera um catatau de imagens que o personagem absorveu ao longo da vida e que estão ali, voltando à tona. E pelo fato de essas imagens já serem elaboradas a partir de uma certa matriz demiseenscène, a forma como as pessoas se organizam no espaço já encontra filiações que permitem que a gente estabeleça uma dramaturgia a partir de algo que já está presente ali. A apropriação que os personagens têm da linguagem cinematográfica, jornalística ou documental nos permite criar essas pontes. Não são imagens puras e brutas que correspondam a um estado virgem de um olhar, mas imagens que já vêm contaminadas por esses princípios.
Gabriel – Quando essas imagens chegam pra gente, a gente também não se imagina trabalhando com uma pureza, ou uma ingenuidade nesse processo de articulação. Eu gosto de imaginar e desconfiar dessas imagens. No Pacific pode ser que tenha coisas que não foram filmadas por eles. Pode ser que tenha voz offque não seja real. No Doméstica, pode ser que eu tenha filmado também. Provocar esse desconforto eu acho que é bacana. Imaginar um corpo de filme que está num limiar de uma tensão de mundo que se dá a partir dessa reapropriação, ressignificação do olhar do outro, mas que também se dá a partir de uma montagem que flerta com uma experiência narrativa que organiza essas imagens.
Marcelo – Esse gesto acaba gerando uma escrita que não é sem autor, mas em cuja noção de posse ou de autoria é truncada. Esses deslocamentos que se operam geram um tipo de coisa que nem te pertence, nem pertence a quem filmou. É um tecido polifônico, o que você quiser chamar, mas que é alheio. É como se fosse uma escrita estrangeira. Porque, por exemplo, no exercício mais convencional do documentário, a gente está aqui, eu estou filmando vocês, isso aconteceu, aí você fala uma coisa que eu achei massa, aí eu vou explorar mais isso. Esse controle se desagrega nesses filmes. Você não tem a possibilidade de “porra, queria tanto poder ver mais disso, queria tanto explorar esse garçom que apareceu nas entrelinhas”. Transformar essa impossibilidade em potência é que é a grande história.
Gabriel – As relações de poder ficam meio dissipadas, isso cria uma suspensão e um desconforto. “Como assim tu articulou plenamente? Como assim tu conseguiu fazer um filme como Pacific, na dimensão da articulação mesmo?”. Esse desconfiar abre para um descontrole, para um outro regime de negociação das imagens.
Marcelo – Para mim o filme não tem que ser puro, ou puritano (o que seria pior ainda). Manter-se fiel a uma filiação estética, ou a um procedimento. O filme nasce de um gesto inicial e, até virar filme, passa por tanta coisa que se soma ali, que não importa. Não vou te achar mais honesto ou menos honesto. Para mim é como o filme foi capaz de se apoderar do mundo, transformar aquilo em imagem e som. A própria reação de desconfiança revela a matriz ideológica de quem espera algo dado do mundo.

Som de Preto no Fidé Brasil


O ano está chegando ao fim, as temperaturas estão subindo (dá um calor no coração), os dias estão mais longos, alegria para o povo, clareou de novo! Por isso a Som de Preto decidiu celebrar a chegada do verão, que lentamente vem animando nosso fim de ano. À convite do FIDÉ Brasil (Festival Internacional do Documentário Estudantil) preparamos uma festa quente para que tu possa soltar todos os pesos de 2013 se esbaldando na pista! 

- FESTA OFICIAL DE ABERTURA DO FIDÉ - 

Se liga nas atrações que preparamos pra vocês

Na pista:
Discotecagem Som de Preto (Adara, Caetano e Miguel)
mais a nossa convidada da noite Lola Rodriguez.

E ainda show com a banda Paranambuco, que vem nos mostrar seu coco, ciranda, maracatu, samba de roda, jongo, afro sambas e outros Sons de Preto!

No jardim, pra refrescar a cuca teremos MELANCIA ATÔMICA pra beber de canudinho!

Então vai se preparando, entrando no clima, que logo logo tem mais coisa ai!

Sexta, 22 de novembro de 2013, 22:00

As entradas serão 10 pila até meia noite, depois 15.

Arte: Adara Garbuglio
FIDÉ Brasil: http://www.fidebrasil.lesimpatientes.org/

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cine FAP: "Hardware - O Destruidor do Futuro", de Richard Stanley

O Cine FAP  apresenta nesta segunda-feira, dia 18 de novembro, às 19h00, o filme "Hardware - O Destruidor do Futuro" de Richard Stanley, abrindo a série Sociedade Distópica que conta ainda com "Eles Vivem" (25/11). Entrada franca sempre.

Cine FAP apresenta: 
"Hardware - O Destruidor do Futuro", de Richard Stanley


Dentro do seu apartamento, que é uma verdadeira fortaleza, a escultora Jill transforma o crânio de um robô numa obra de arte. Mas o crânio cibernético, pintado com a bandeira americana e encontrado no deserto por um andarilho, tem nome e função. Trata-se de Mark 13, arma secreta desenvolvida pelos militares para controlar a caótica situação do planeta. Durante a noite, Mark 13 usa seus poderes cibernéticos para se auto-reparar e cumprir uma programação diabólica: matar todos os seres humanos impiedosamente.


Comentários: Christofer Pallú, José Fernando Costa e Matheus Kerniski

Serviço:
dia 18/11 (segunda)
às 19h00
na Auditório Antonio Melillo
(Rua dos Funcionários, 1357, Cabral)
ENTRADA FRANCA

Realização: FAP
Produção: Cine FAP e Grupo de Estudos de Cinema de Horror
Apoio: Coletivo Atalante

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cineclube Sesi: "Pacific", de Marcelo Pedroso

Nesta quinta-feira, dia 14, o Cineclube Sesi apresenta o filme "Pacific" de Marcelo Pedroso, dando prosseguimento ao ciclo Cinema Brasileiro Contemporâneo que contará ainda com "Trabalhar Cansa" (21/11) e "O Som ao Redor" (28/11).
Sempre com entrada franca!

Cineclube Sesi apresenta: "Pacific", de Marcelo Pedroso

 O documentário Pacific é todo construído a partir de imagens de passageiros de um cruzeiro que tem como destino uma das mais belas paisagens brasileiras, o arquipélago de Fernando de Noronha. São sete dias de viagem registrados pelas lentes de turistas que filmam tudo, a todo instante. Ao lançar seu olhar sobre o olhar dos personagens, o filme se revela um ensaio sobre a produção de imagens na contemporaneidade e suas implicações políticas, além de lançar luz para uma reflexão sobre a sociedade brasileira, a partir de um grupo social pouco visto e longe dos estereótipos comumente observados em documentários.

Serviço:
dia 14/11 (quinta)
às 19h30
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA
 

Realização: Sesi 
 
  (
 http://www.sesipr.org.br/cultura/)
Produção: Atalante (http://coletivoatalante.blogspot.com.br/)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Cineclube Sesi Portão: "Clube dos Cinco", de John Hughes

O Cineclube Sesi Portão apresenta no dia 13 de novembro (quarta) às 19h30, o filme "Clube dos Cinco" de John Hughes. A programação de 2013 do cineclube encerra com "O Pagamento Final", de Brian De Palma no dia 27/11. Entrada franca sempre.

Cineclube Sesi Portão apresenta: 
"Clube dos Cinco", de John Hughes


Sinopse:
A história mostra um dia na vida de cinco adolescentes que, por terem se comportado mal na escola, ficam detidos um sábado inteiro e tendo que redigir um longo texto, com mais de mil palavras, sobre o que eles pensam sobre si mesmos. Apesar de muito diferentes, eles acabam se conhecendo melhor e dividindo seus dramas pessoais.

Sobre o filme:
Poucos artistas conseguiram enxergar dentro da alma dos jovens como o americano John Hugues. Suas obras eram tratados líricos sobre a liberdade, o amor e a masturbação; sobre o eterno conflito entre pais e filhos; sobre a descoberta da vida no coração oprimido dos lares e escolas americanos.Tamanha era a ressonância do seu trabalho que seus filmes eram aguardados e devorados como um disco novo da banda preferida por milhões de jovens pelo mundo.
O lugar de Hughes na indústria cinematográfica é inquestionável. Mas mais importante que isso é o seu papel para a arte: seus filmes revelam o trabalho de um cineasta rigoroso, sensível e extremamente apaixonado pelas imagens que captura.
O maior exemplo dessa inventividade está no clássico "Clube dos Cinco", no qual o confinamento espaço-temporal representa a ampliação dos potenciais imagéticos da obra, como no cinema de Sidney Lumet.
O drama e a aventura dos cinco jovens na detenção tem tanta humanidade em cada fotograma que é impossível não se assombrar com a sua grandeza.

Miguel Haoni (APJCC - 2010)

Serviço:
dia 13/11 (quarta)
às 19h30
no Teatro do Sesi no Portão 
(Rua Padre Leonardo Nunes, 180 – entrada pela rua lateral Rua Álvaro Vardânega)
  
ENTRADA FRANCA

Realização: Sesi 
    
 (
http://www.sesipr.org.br/cultura/)
          

Produção: Atalante 
(http://coletivoatalante.blogspot.com.br/)