Um vislumbre da vida de dois criminosos de Taipei.
Em abril, o cineclube semanal do curso de cinema e vídeo da Faculdade de Artes do Paraná realiza o ciclo CINEMA ASIÁTICO CONTEMPORÂNEO, com filmes de quatro cineastas seminais de nosso tempo: Wong Kar-Wai, Hong Sang-Soo, Hou Hsiao-Hsien e Edward Yang. Após a exibição de cada filme temos uma discussão sobre, mediada pelos integrantes do cineclube.
Sobre o filme:
Depois de dedicar três filmes ao passado de Taiwan, Hou Hsiao-hsien volta à temática jovem do início. E nada mais normal do que, depois de um ciclo, repensar a carreira e colocá-la em outro eixo. Mas entre O Mestre das Marionetes e Adeus ao Sul não há uma simples diferença, mas uma verdadeira mutação, como se de uma hora para outra Hou tivesse resolvido desprender-se de toda a obrigação narrativa, abalar de uma vez só todos os postulados do cinema corrente (narrativos, de enquadramento, lógica, etc.). Se há algum filme com o qual Adeus ao Sul se pareça, é Acossado ou Hiroshima Mon Amour. Toda a relação de estranhamento causado por uma obra que em nada se assemelha a qualquer obra realizada no mesmo período, toda a sensação de que se está diante de uma obra absolutamente transgressora e de fato inovadora só pode remeter à revolução que foi o cinema francês em 1959-60. Poderíamos pensar que esse redirecionamento da obra deve-se à mudança de temática: deixa-se de fazer uma pesquisa sobre a memória de uma nação para trabalhar sobre a juventude contemporânea, os neons e os telefones celulares que invadem as grandes cidades (em 1996). Mas um retrato da juventude já não era uma novidade a esse ponto da carreira de Hou. A ponto de ele já ter feito um filme com esse mesmo tema (Os Garotos de Fengkuei) e ter tangenciado a problemática em outros (A Filha do Nilo ou seus três primeiros). O que há de diferente em Adeus ao Sul é uma mudança de disposição em relação ao cinema, o que implica na criação de novos métodos, novas maneiras de contar histórias para exprimir novas sensiblidades.
Depois de dedicar três filmes ao passado de Taiwan, Hou Hsiao-hsien volta à temática jovem do início. E nada mais normal do que, depois de um ciclo, repensar a carreira e colocá-la em outro eixo. Mas entre O Mestre das Marionetes e Adeus ao Sul não há uma simples diferença, mas uma verdadeira mutação, como se de uma hora para outra Hou tivesse resolvido desprender-se de toda a obrigação narrativa, abalar de uma vez só todos os postulados do cinema corrente (narrativos, de enquadramento, lógica, etc.). Se há algum filme com o qual Adeus ao Sul se pareça, é Acossado ou Hiroshima Mon Amour. Toda a relação de estranhamento causado por uma obra que em nada se assemelha a qualquer obra realizada no mesmo período, toda a sensação de que se está diante de uma obra absolutamente transgressora e de fato inovadora só pode remeter à revolução que foi o cinema francês em 1959-60. Poderíamos pensar que esse redirecionamento da obra deve-se à mudança de temática: deixa-se de fazer uma pesquisa sobre a memória de uma nação para trabalhar sobre a juventude contemporânea, os neons e os telefones celulares que invadem as grandes cidades (em 1996). Mas um retrato da juventude já não era uma novidade a esse ponto da carreira de Hou. A ponto de ele já ter feito um filme com esse mesmo tema (Os Garotos de Fengkuei) e ter tangenciado a problemática em outros (A Filha do Nilo ou seus três primeiros). O que há de diferente em Adeus ao Sul é uma mudança de disposição em relação ao cinema, o que implica na criação de novos métodos, novas maneiras de contar histórias para exprimir novas sensiblidades.
Ruy Gardnier, na Contracampo (artigo completo aqui)
Adeus, ao Sul (Nan guo zai jian, nan guo, Taiwan, 1996)
dia 25/04 (segunda-feira)
às 19h
no Auditório Antonio Melillo, na FAP - Faculdade de Artes do Paraná
(Rua dos Funcionários, 1357, Cabral)
ENTRADA FRANCA
Realizado por Cine FAP
Apoiado pelo Cazé - Centro Acadêmico Zé do Caixão
e pelo Coletivo Atalante
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