O Clube do Filme do Atalante começa em maio seu novo ciclo: o Cinema de Eugène Green.
Toda última quinta-feira do mês, nos reunimos para uma discussão de um filme e textos relacionados, agora abordando a obra de um dos cineastas mais interessantes e encantadores deste século.
Começamos do princípio: seu primeiro longa-metragem, "Todas as noites" ("Toutes les nuits", 2001).
Nosso encontro será no dia 25 de maio, quinta-feira, às 19h15, via Jitsi (mais informações abaixo).

Na contramão dos filmes que
estabelecem com o espectador uma relação anti-interpretativa, tendência do
cinema autoral do início dos anos 2000, Eugène Green nos solicita que de fato
interpretemos o filme. É justamente decifrando os sinais espalhados ao longo do
filme que passamos a compreender o seu sentido; como sempre há um sentido
oculto no texto fílmico, a interpretação se mostra uma atividade fundamental. A
realidade ficcional se torna para o espectador o que a natureza era para
Paracelso: um campo fértil para a busca do conhecimento. Tudo possui um
propósito, embora nem sempre ele se ofereça passivamente ao observador. O
sentido que se pode depreender dos sinais, de fato, nunca se mostra por
inteiro; Green deixa algumas brechas pelo caminho, algumas pistas inacabadas.
Cabe ao espectador se empenhar ativamente para completar o que não lhe é
inteiramente dado. Assim, não lhe restará outra forma de se relacionar com o
filme senão pela crença, temporária e circunscrita ao universo fílmico, de que
haveria uma correspondência à distância entre os seres e as coisas.
- Pedro Faissol, em "Eugène Green e a hipótese do cinema descortinado" (pg. 55).
O filme encontra-se disponível aqui. Qualquer problema, fale conosco.
Textos recomendados para leitura, todos breves:
A) "Os sinais no cinema de Eugène Green", por Pedro Faissol, disponível aqui.
B) "Epifanias barrocas ou filmar o invisível", por Cristian Borges, disponível aqui.
C) "O que está dito...", por Luiz Carlos Oliveira Jr, disponível aqui.
D) "O espetáculo do mundo", por Bruno Andrade, disponível aqui.
Como
de costume, nosso propósito no Clube do Filme é discutir obras e textos
com um pouco mais de tempo que nos debates após as sessões do
cineclube, logo, o filme não será exibido na data. Recomendamos que o
filme já tenha sido visto e também a leitura dos textos, porém isso não é
exigido para participação. Devido ao formato virtual, não poderemos
exibir com qualidade trechos do filme e de outros trabalhos, mas
acreditamos ser importante retomarmos as atividades possíveis durante a
pandemia. O ingresso, como sempre, é gratuito.
Devido
a limitações de tempo do Meet, voltamos com nossa sala do Jitsi. O
Jitsi dispensa downloads de aplicativos e senhas no PC, mas caso acesse
pelo celular, recomendamos o download do aplicativo (gratuito).
Serviço:
Clube do Filme: "Todas as noites" (2001), de Eugène Green
Dia 25/05 (quinta-feira)
Das 19h15 às 21h30
ENTRADA FRANCA
Coordenação e mediação: Giovanni Comodo
Realização: Coletivo Atalante