sábado, 5 de setembro de 2015

Última semana para inscrições no Curso de história do cinema


Serviço: Carga horária: 24 horas. Dias 14, 16, 18, 21, 23, 25, 28 e 30 de setembro (segundas, quartas e sextas) das 19 às 22 horas na Universidade Positivo - Campus Ecoville (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300)
Investimento: 2 parcelas de R$78,00 (Alunos da UP têm 30% de desconto). VAGAS LIMITADAS

Sobre o curso:
Curso de História do Cinema (ministrado por Miguel Haoni do Coletivo Atalante) oferecerá uma abordagem teórica a partir do estudo de textos fundamentais e da apreciação de fragmentos de filmes. Filmes e textos, permitirão um percurso geral e específico em alguns capítulos essenciais desta história.
Começaremos abordando o percurso da mise-en-scène  em profundidade de campo a partir da reflexão pioneira de André Bazin e do panorama historiográfico traçado por David Bordwell. 
Na sequência estudaremos a ascensão da Era Maneirista do cinema através da análise estilística do maior realizador de filmes de artes marciais de Hong Kong: Chang Cheh. 
Por fim, a investigação do gesto demolidor dos limites entre o Clássico e o Moderno na partir da experiência radical dos vídeo-ensaios História(s) do Cinema de Jean-Luc Godard.

Programa:
Sobre a mise-en-scène em profundidade de campo:
"A notoriedade de Cidadão Kane não poderia ser exagerada. Graças á profundidade de campo, cenas inteiras são tratadas numa única tomada, a câmera ficando até mesmo imóvel. Os efeitos dramáticos que anteriormente se exigia da montagem, surgem aqui do deslocamento dos atores dentro do enquadramento escolhido de uma vez por todas. É claro que Orson Welles não 'inventou' a profundidade de campo, como tampouco Griffith inventou o primeiro plano; todos os primitivos do cinema a utilizavam, e por razões óbvias."
(André Bazin, A evolução da linguagem cinematográfica)

Sobre Chang Cheh:
"Diz a lenda que, tal qual os heróicos protagonistas de seus filmes, Chang Cheh também tinha uma meta pela qual lutar. Não se tratava de vingança mas de algo bem mais simples: o sonho do diretor seria realizar uma centena de filmes. Em se tratando de um universo cuja marca principal é a alta produtividade, réplica ainda mais voraz da lógica industrial de Hollywood, a marca não era audaciosa. Dirigir 100 filmes em Hong Kong pode ser audacioso hoje. Naqueles anos dourados entre os 1960 e os 1980, absolutamente não o era. De todo modo Chang não alcançou sua marca.
Do primeiro filme, em 1950, ao último, em 1993, foram apenas 94."
(Juliana Maués, Chang Cheh e o cinema da força)

Sobre História(s) do cinema de Jean-Luc Godard:
"O título de duplo sentido e de extensão variável da obra de Godard resume, exatamente, o dispositivo artístico complexo no qual se apresenta uma tese que se poderia resumir assim: a história do cinema é aquela de um encontro falho com a história de seu século. Esse encontro falhou porque o cinema desconheceu sua historicidade própria, as histórias que suas imagens virtualmente continham. E as desconheceu porque desconheceu a potência própria de suas imagens, herdadas da tradição pictórica, porque as sujeitou às 'histórias' que lhe propunham os roteiros, herdados da tradição literária da intriga e dos personagens."
(Jacques Ranciére, Uma fábula sem moral)

2 comentários:

  1. É necessária alguma bibliografia? Pessoas que não têm um conhecimento profundo sobre cinema poderão aproveitar o curso, ou ele tem um nível mais avançado?

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  2. Bom dia Camila, temos a bibliografia do curso e ela será oferecida em forma de apostila digital para os participantes.
    Qualquer pessoa em qualquer nível de envolvimento com o cinema pode fazer o curso. Existe a dimensão do desafio como em qualquer processo educativo, mas em função da matéria estudada este desafio fica muito prazeroso. Eventualmente algumas passagens são mais densas que outras mas nada que não se resolva perguntando ou solicitando maiores esclarecimentos. A base das aulas é a exposição e o diálogo, e o objetivo é que os conteúdos sejam enfrentados da forma mais clara possível. Em todo caso, segue abaixo as nossas referências:
    1° Unidade: Trajetória da mise-en-scène em profundidade de campo:
    1 - BAZIN, André. O cinema - ensaios. São Paulo: Brasiliense, 1991.
    2 - BORDWELL, David. Sobre a história do estilo cinematográfico. Campinas: Ed. Unicamp, 2013.
    2° Unidade: Chang Cheh e a era maneirista:
    3 - MAUÉS, Juliana Pinheiro. Chang Cheh e o cinema da força: Estudo estilístico a partir de dez filmes do diretor. Campinas: [s.n.], 2013.
    3° Unidade: História(s) do Cinema segundo Jean-Luc Godard:
    4 - RANCIÈRE, Jacques. A fábula cinematográfica. Campinas: Papirus, 2013.

    Espero ter esclarecido as tuas questões.

    Grande abraço,

    Miguel Haoni

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