sexta-feira, 10 de maio de 2019

Clube do Filme: Lola, a flor proibida

O Clube do Filme na Casa do Contador de Histórias continua em maio. À semelhança de um clube do livro, toda quarta quarta-feira do mês nos encontramos para a discussão de um filme e textos relacionados. Com foco na Nouvelle Vague, o Clube se propõe a discutir as renovações técnicas, temáticas e filosóficas propostas pela crítica da época e seu cinema, que tomou de assalto a França e o mundo.

Neste mês, o ponto de partida é  "Lola, a flor proibida" (1961) de Jacques Demy - uma escolha natural após abordarmos sua cara-metade, Agnès Varda, no mês passado.



O que torna Lola tão importante é primeiramente sua beleza evidente, a elegância de sua forma, a indiferença em cada traço e a firmeza do todo, a graça em seu desdobramento, enfim, a felicidade contínua da mise en scène. É difícil de nomear essa beleza e se há um termo que se impõe desde o princípio, ele não é o mais preciso: charme. Não se trata, convenhamos, do termo mais usado hoje em dia, enquanto a moda está em um cinema afetado, teatral, empoeirado, reunindo o melhor e o pior sob a bandeira brechtiana. Tal noção de "charme" poderia, por mais que fosse imponderável, designar o último avatar da famosa especificidade cinematográfica. De um filme, o charme não seria o resto, mas a soma. Deixando de ser clandestino, aqui está o cinema "puro" tomado como objeto do filme. A mise en scène não pode mais ser considerada como instrumento de implementação, mas como intenção principal.   
François Weyergans em "Lola no país dos homens". Cahiers du Cinéma nº 117, março de 1961.

O uso inovador do espaço e do corpo dos atores e sua relação com a Nouvelle Vague, a atmosfera de sonho que é recorrente no trabalho do diretor, a musicalidade inerente em suas obras e a paixão como fundamento essencial na crítica de cinema serão alguns dos temas abordados.


"Lola, a flor proibida" foi lançado em DVD no Brasil, disponível em locadoras e sebos. Também é possível encontrá-lo no YouTube. Qualquer dúvida, estamos aqui para ajudar. 

Os textos para leitura (recomendada, não obrigatória):
1) "Jacques D. por Agnès V.", de Paulo Ricardo de Almeida: http://www.contracampo.com.br/83/artjacquesdemyporagnesv.htm
2) "Lola no país dos homens" por  François Weyergan: https://coletivoatalante.blogspot.com/2019/05/lola-no-pais-dos-homens.html [tradução inédita feita especialmente para o Clube do Filme]
3) Crítica de "Os Guarda-chuvas do Amor" por João Bénard da Costa: http://luckystarcine.blogspot.com/2019/04/les-parapluies-de-cherbourg-1964-de.html

Serviço:
Clube do Filme na Casa do Contador de Histórias
"Lola, a flor proibida" (Lola, 1961), de Jacques Demy
Dia 22/05 (quarta quarta-feira do mês)
Das 19h15 às 21h45
Na Casa do Contador de Histórias
(Rua Trajano Reis, 325, São Francisco - Curitiba)
ENTRADA FRANCA
* Devido ao horário, não será exibido o filme na íntegra, mas alguns trechos (do filme indicado, de outros) ou mesmo curtas devem ser apresentados como pontos relevantes para a conversa.

Realização: Coletivo Atalante e Casa do Contador de Histórias
 

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