segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Diálogos Possíveis II


Nesta quinta feira temos um passeio por produções bastante distintas e premiadas realizadas aqui na capital paranaense, começando com o visceral Com as próprias mãos que nos leva a um grande galpão onde uma mulher aplica uma incansável tortura a um homem em busca de respostas em um clima claustrofóbico, o trabalho é de 2008, Aly Muritiba o realizador, a época era estudante de cinema na Faculdade de Artes do Paraná, encontrou certa resistência entre professores pela realização de um filme tão violento por um estudante, porém persistiu na sua ideia e foi feliz, o filme rodou o país e fora dele também, sendo premiado e reconhecido, um dos primeiros, senão o primeiro filme a sair da recente escola de cinema para ser conhecido mundo afora. Trajetórias similares de filmes de alunos de cinema seguiram Vó Maria de Tomás Von der Osten e O Muro de Diego Florentino, Diego que por sinal divide com Aly e mais três colegas de faculdade o roteiro e a direção do longa Circular.
Vó Maria de Tomás Von Der Osten volta no tempo, trás a tona memórias, um filme simples, mas não simplista, um trabalho surpreendente, uma boa ideia colocada em prática com maestria assim como O Muro, um argumento bastante delicado de um menino que perde a sua bola para outro lado do muro e trava uma “batalha” com o vizinho para recuperar o brinquedo.
E por último, mas com certeza não menos importantes dois dos principais cineastas que temos com seus bem humorados Aldeia de Geraldo Pioli, que fala sobre um padre que tenta ensinar os dez mandamentos a uma tribo de índios que não tem muita relação com aquilo, o filme realizado no ano 2000 teve uma excelente repercussão e até hoje roda o mundo e Mesera de Pedro Merege sobre um homem e uma encomenda que tenta atravessar a fronteira porém encontra uma bela mesera no caminho, com uma linguagem interessante e tom leve Merege realiza um grande trabalho.

Joel Schoenrock
(Curador convidado)

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