"A
Viagem dos Comediantes", de 1975, é um dos filmes centrais na
cinematografia de Theo Angelopoulos. Representou ao mesmo tempo a
consagração internacional e a consolidação do estilo. Nestes termos , o
que já ensaiava em "Reconstituição" (1970) e "Dias de 36" (1972) atinge
aqui a maturidade plena: os planos gerais que valorizam a inserção do
homem na memória do espaço, os tempos mortos que impõem uma contemplação
silenciosa, a encenação austera de movimentos socio-políticos e,
sobretudo, o plano-sequencia como sintetizador de forças dramáticas e
históricas.
Sendo um filme paradigmático de sua primeira fase (a do cinema político, ancorado na ética marxista), "A Viagem dos Comediantes" acompanha a deriva de uma trupe de atores pela Grécia contemporânea em três momentos: a Segunda Guerra Mundial, sob o domínio alemão; a Guerra Civil de 46-49, sob o domínio britânico; e a "abertura" de 52, sob o domínio militar. O tratamento elíptico da narrativa amalgama capítulos da História a uma base mito-simbólica na qual os conflitos pessoais são representações de dramas coletivos.
O lugar preponderante que ocupam no filme os planos de grupo e as canções patrióticas tradicionais são índices desta pretensão universalizante. Mas é a própria encenação dos comediantes que sustenta o mais pungente dos signos: para aqueles homens e mulheres o espetáculo da felicidade não se completa nunca, sendo eternamente interrompido pela brutalidade do tempo. Apesar de tudo, entretanto, o show (e a vida) tem que continuar.
Miguel Haoni
(Cineclube Sesi, 2013)
Sendo um filme paradigmático de sua primeira fase (a do cinema político, ancorado na ética marxista), "A Viagem dos Comediantes" acompanha a deriva de uma trupe de atores pela Grécia contemporânea em três momentos: a Segunda Guerra Mundial, sob o domínio alemão; a Guerra Civil de 46-49, sob o domínio britânico; e a "abertura" de 52, sob o domínio militar. O tratamento elíptico da narrativa amalgama capítulos da História a uma base mito-simbólica na qual os conflitos pessoais são representações de dramas coletivos.
O lugar preponderante que ocupam no filme os planos de grupo e as canções patrióticas tradicionais são índices desta pretensão universalizante. Mas é a própria encenação dos comediantes que sustenta o mais pungente dos signos: para aqueles homens e mulheres o espetáculo da felicidade não se completa nunca, sendo eternamente interrompido pela brutalidade do tempo. Apesar de tudo, entretanto, o show (e a vida) tem que continuar.
Miguel Haoni
(Cineclube Sesi, 2013)
Serviço:
dia 17/01 (quinta)
excepcionalmente às 18h30
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA
excepcionalmente às 18h30
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA
Realização: Sesi
Apoio: Processo Multiartes
Apoio: Processo Multiartes
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