sexta-feira, 22 de abril de 2016

Cine FAP: Adeus, ao Sul, de Hou Hsiao-Hsien


Um vislumbre da vida de dois criminosos de Taipei.

Em abril, o cineclube semanal do curso de cinema e vídeo da Faculdade de Artes do Paraná realiza o ciclo CINEMA ASIÁTICO CONTEMPORÂNEO, com filmes de quatro cineastas seminais de nosso tempo: Wong Kar-Wai, Hong Sang-Soo, Hou Hsiao-Hsien e Edward Yang. Após a exibição de cada filme temos uma discussão sobre, mediada pelos integrantes do cineclube.

Sobre o filme:
 
Depois de dedicar três filmes ao passado de Taiwan, Hou Hsiao-hsien volta à temática jovem do início. E nada mais normal do que, depois de um ciclo, repensar a carreira e colocá-la em outro eixo. Mas entre O Mestre das Marionetes e Adeus ao Sul não há uma simples diferença, mas uma verdadeira mutação, como se de uma hora para outra Hou tivesse resolvido desprender-se de toda a obrigação narrativa, abalar de uma vez só todos os postulados do cinema corrente (narrativos, de enquadramento, lógica, etc.). Se há algum filme com o qual Adeus ao Sul se pareça, é Acossado ou Hiroshima Mon Amour. Toda a relação de estranhamento causado por uma obra que em nada se assemelha a qualquer obra realizada no mesmo período, toda a sensação de que se está diante de uma obra absolutamente transgressora e de fato inovadora só pode remeter à revolução que foi o cinema francês em 1959-60. Poderíamos pensar que esse redirecionamento da obra deve-se à mudança de temática: deixa-se de fazer uma pesquisa sobre a memória de uma nação para trabalhar sobre a juventude contemporânea, os neons e os telefones celulares que invadem as grandes cidades (em 1996). Mas um retrato da juventude já não era uma novidade a esse ponto da carreira de Hou. A ponto de ele já ter feito um filme com esse mesmo tema (Os Garotos de Fengkuei) e ter tangenciado a problemática em outros (A Filha do Nilo ou seus três primeiros). O que há de diferente em Adeus ao Sul é uma mudança de disposição em relação ao cinema, o que implica na criação de novos métodos, novas maneiras de contar histórias para exprimir novas sensiblidades.
Ruy Gardnier, na Contracampo (artigo completo aqui)

Sessão:
Adeus, ao Sul (
Nan guo zai jian, nan guo, Taiwan, 1996)
dia 25/04 (segunda-feira)
às 19h
no Auditório Antonio Melillo, na FAP - Faculdade de Artes do Paraná
(Rua dos Funcionários, 1357, Cabral)
ENTRADA FRANCA


Realizado por Cine FAP
Apoiado pelo Cazé - Centro Acadêmico Zé do Caixão
e pelo Coletivo Atalante

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