terça-feira, 19 de agosto de 2014

Cineclube Sesi: "Antes Passe no Vestibular", de Maurice Pialat

Nesta quinta-feira, dia 21, o Cineclube Sesi apresenta o filme "Antes passe no vestibular", dando continuidade ao ciclo Maurice Pialat, que contará ainda com "Polícia" (28/08). 
Sempre com entrada franca!

Cineclube Sesi apresenta:

"Antes passe no vestibular" de Maurice Pialat

O filme mostra a vida de um grupo de amigos da região de Lens, uma região mineradora. Alguns terminam os estudos sem grandes convicções, outros passam de pequenos bicos ao desemprego. Por que fazer o esforço de passar no vestibular se o futuro é tão incerto? No bistrô onde se reúnem, longe das cobranças da família e da escola, novos casais surgem, depois se separam… A incerteza da juventude é simplesmente vivida.

Serviço:
dia 21/08 (quinta)
às 19h30
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA
 

Realização: Sesi 
   
   (
http://www.sesipr.org.br/cultura/)
Produção: Atalante (http://coletivoatalante.blogspot.com.br/)

Um comentário:

  1. O mal estar que me produziu o filme “Antes passe no vestibular” tem nome: desalento. Maurice Pialat fez um filme que me transmite o afeto que perpassa a vida de seus protagonistas: não há qualquer promessa de um futuro diferente da mediocridade reinante e do falso contentamento, tão à beira do ataque de nervos.

    O mais desalentador é a gente não poder se descolar do desalento, com o álibi de que se trata apenas de um filme – e de um filme que retrata uma realidade de outro tempo e outro lugar. Pois parece que esta realidade está posta aqui e agora. Seu sintoma mais saliente, para mim, é o lugar privilegiado que os concursos públicos passaram a ocupar nos projetos de vida de tantos jovens. Sem ter com que sonhar, a opção que lhes resta é – não servir ao público, o que teria sua dose de dignidade – mas servir-se do público para ganhar a vida, rente à rotina e à estabilidade reconfortante, já que não se tem nada mais estimulante e desafiador para fazer e há, quando há, poucas escolhas a serem exercidas.

    Mas Pialat não se contenta em nos mostrar jovens desalentados. Ele mostra, ainda, adultos também marcados por um signo depressivo: o tédio, o patético, o repetitivo, o indiferente, a resignação.

    Transmitir algo do Real – este é o desafio a que Pialat se põe a responder.

    E sua resposta me comove.


    Vera Lúcia de Oliveira e Silva

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